Maíra e Munõz saíram de Brasília em abril e passaram pelo PI essa semana.
Eles vivem dentro da Kombi a qual chamam carinhosamente de Valentina.
O casal Maíra Gussi, 25 anos, e José Muñoz, 36, esbanjam determinação e espirito aventureiro. Em uma Kombi toda equipada com parte da mobília de uma casa, eles pretendem conhecer a América Latina viajando no veículo o qual chamam carinhosamente de ‘Valentina’.
Maíra e José começaram a viagem em abril deste ano. Saindo de Brasília, eles já passaram pelo Tocantins, Maranhão e fizeram uma parada nessa semana para conhecer Teresina, no Parque Potycabana, Zona Leste da capital.
Formada em Serviço Social, ele engenheiro de telecomunicações e licenciado em comunicação visual, o casal se conheceu no México com algo em comum: viajar pelo mundo, conhecer novos lugares e novas culturas, e a paixão por Kombis. Há dois anos com Valentina, eles têm preparado a “perua” para fazer a grande e tão sonhada viagem pela América Latina.
Ele é de Barcelona, na Catalunha, e ela é de Brasília, no Distrito Federal. Muñoz estava no país já se preparando para fazer uma viagem por toda a América Central em cima de uma motocicleta, e Maíra para apresentar um trabalho científico em um congresso. No México, se conheceram em um hotel e desde então estão há quatro anos juntos.
“Já estava viajando quando conheci Maíra. Sempre tive vontade de conhecer o México e cheguei a morar lá mais de um ano depois da viagem. Lá começamos a namorar e a coisa foi dando certo”, disse Muñoz. “Ele voltou já com a ideia de viajar de Kombi pela América do Sul. Foi quando a gente foi conversando e começou a construir esse sonho juntos e fortalecemos a ideia”, disse Maíra.
Na primeira viagem teste no veículo, José Muñoz e amigos passaram pela Chapada da Diamantina, Salvador na Bahia, e desceram até o Rio de Janeiro, voltando posteriormente para Brasília. Foi então que escolheram um nome para o veículo, que também é a casa deles.
“Ela tem que ser valente para aguentar as viagens que nós precisamos fazer. Na verdade o nome também foi como escolher para um filho. Cada um foi dando uma sugestão até chegar ao nome de Valentina. Olhamos um para o outro e gostamos”, contou ele.
A gente nunca vai saber o que nos espera no próximo lugar. É sempre uma surpresa para a gente. Nós chegamos nas cidades, conversamos com as pessoas, nos instalamos em praças públicas. As pessoas estranham, outras recebem com muita alegria”
José Muñoz, 36 anos, engenheiro de telecomunicações
Para eles, o veículo tem aguentado sol e chuva, estradas de areia e asfalto ruim. Contam ainda que ela vai ser forte para descer todo o litoral brasileiro até chegar aos países sul-americanos, como Uruguai, Argentina, Chile, Peru, finalizando no Equador, quando voltam para Brasília e encerram a viagem cuja duração deve ser pouco mais de três anos.
“A gente nunca vai saber o que nos espera no próximo lugar. É sempre uma surpresa para a gente. Nós chegamos nas cidades, conversamos com as pessoas, nos instalamos em praças públicas. As pessoas estranham, outras recebem com muita alegria. A ideia mesmo é desbravar, chegar, passar uns dias e ter a possibilidade de conhecer”, contou Maíra.
Lugares que já passaram
Depois que saíram de Brasília, Maíra e José Muñoz já passaram pelo Tocantins, Bahia, Maranhão, passaram pelo interior do Piauí, chegaram a Teresina e pretendem ir até o litoral piauiense. Eles chegaram a conhecer uma tribo indígena e participaram como convidados de uma festa. Ganharam até nomes indígenas: ela “Suití” e ele “Ankendi”.
Questionados sobre o que mais gostaram até agora na viagem, disseram: “Difícil marcar uma coisa. Até porque cada um tem sua particularidade, sua beleza, seu jeito de ser. É enxergar a beleza de cada um como ele é”, disse Muñoz
A Valentina
A Valentina foi pintada de cor verde que simboliza a natureza, possui uma marca autoral desenhada por um amigo e é toda mobiliada simulando um mine trailer. Com cama que vira cadeira-sofá, iluminação adaptada, tomadas elétricas, uma pia, caixa d’água e armário para guardar as coisas. A única atividade financeira é o artesanato.
Autor: Do G1 PI/ Foto: Fernando Brito/G1