O escritor Edgar Borges recebeu menção honrosa no terceiro concurso nacional de poesias promovido pela rede de farmácias Pague Menos.
Seu poema ‘Declaração’ foi um dos 100 textos selecionados entre os mais de dois mil inscritos para compor o livro impresso e digital intitulado “Amor. Viva esse espetáculo.”, tema do concurso.
Este é o segundo ano consecutivo em que o poeta e contista radicado em Roraima desde 1991 é premiado nos concursos literários da Pague Menos. Em 2012 seu poema ‘Valentes’ ficou em quinto lugar, escolhido entre dois mil participantes.
A banca julgadora foi formada por Fátima Souza, mestra em Literatura Brasileira; Marcia Sucupira, advogada e professora do ensino superior em Direito; e Sarah Diva da Silva Ipiranga, doutora em Educação Brasileira. Os textos foram avaliados a partir dos seguintes critérios textuais: relação com o tema, criatividade, organização coerente com o gênero poesia e capacidade de uso inteligente e coeso do código de linguagem.
“A seleção em um concurso tão concorrido me deixa feliz. É importante como incentivo para continuar produzindo literatura e acredito que também para contribuir na inserção de autores da Amazônia Setentrional nos círculos da nova poesia brasileira”, afirma o escritor, que também desenvolve ações de incentivo à divulgação literária com o grupo de ativismo cultural Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual é um dos fundadores.
Edgar Borges é formado em jornalismo e sociologia. Já foi premiado diversas vezes em concursos locais e nacionais de prosa e poesia. Lançou dois livros de micronarrativas: Roraima Blues (e-book) e Sem Grandes Delongas (impresso). Além disso, mantém desde 2004 o blog Crônicas da Fronteira, no qual publica textos em diversos gêneros. Integra desde 2010 o Colegiado Setorial de Literatura, Livro e Leitura, ligado ao Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura.
O livro resultado do concurso pode ser lido e baixado no blog do escritor (www.edgarb.blogspot.com.br). Leia o poema:
Declaração
Gosto de teu gosto
Desse teu gostar
Do cheiro adoçado
Que teu jeito tem.
Desse sorriso
Surgindo na noite
Bravo ou zen.
Gosto por gostar
De forma natural
Irresponsável, improvável
Escondido, sinceramente.
Sem esperar muito
Tendo alegremente
Maluquices ao meio-dia.
Gosto dessa alegria
Da satisfação do ser
Disso que inventamos
Madrugada amanhecer .
É gostar por gostar
Sem muita ambição
Vivendo tudo agora
Nosso alegre furacão
Vivendo em teu gosto
Por ser puro sentir
Sem ligar para o perigo
E o medo do castigo.
E quando chegas covarde
Estranhando o sentimento
E sua repentina existência
Libidinoso te convido
A trocar razão por demência.
Alvo de teu olhar curioso
Desenho na nuvem pendente
Um convite para o mundo
Sentir a nossa ausência:
“Vem comigo, vamos sonhar
Sermos dois virando um.
Vem comigo e de uma vez
Amor, viva essa experiência”.
Ascom/foto:coletivo caimbé