Pelo estudo do Diesse, salário do trabalhador deveria ser de R$ 2.992,19
Completando 74 anos de implantação no Brasil, o salário minino, entre abril de 2002 a janeiro deste ano, teve um crescimento de 262% contra uma inflação de 110,05%, representando um ganho real de 72,35%, o maior desde a sua criação. Pelo menos é o que demonstra uma pesquisa do Dieese-Pa (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgada nesta quarta-feira (30). O estudo também mostrou que cerca de 40% dos paraenses ocupados recebem até um salário mínimo de remuneração mensal.
Segundo o estudo do Dieese, este crescimento no salário minimo não acompanhou o poder de compra do paraense. No mês passado, por exemplo, a cesta básica em Belém estava custando R$ 308,45, somente para adquirir os 12 produtos da mesma. O paraense gastou quase 47% do novo salário mínimo de R$ 724,00.
Desde a criação do Plano Real, em julho de 1994, segundo o Dieese, o salário mínimo nunca conseguiu comprar a cesta básica da família paraense, composta de dois adultos e duas crianças. ‘Só para se ter um exemplo, no mês de março de 2014, o gasto somente com a alimentação básica de uma família chegou a a R$ 925,35, sendo necessário, portanto, cerca de 1,28 salários mínimos para garantir as mínimas necessidades do trabalhador com a alimentação’, exemplificou Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese.
A pesquisa do Dieese também mostrou que o salário mínimo suficente para suprir as necessidades do trabalhador como alimentação, educação, moradia, saúde, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ser R$ 2.992,19. O valor é quatro vezes maior que o mínimo atual, que é de R$ 724,00.
Paraenses
O Pará possui um total de 3,6 milhões de pessoas ocupadas, sendo que cerca de 1,5 milhão (40% do total de ocupados) recebem até um salário mínimo por mês. A maioria desses trabalhadores são do sexo masculino. O Dieese calcula também que em todo o Brasil cerca de 48,2 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no novo mínimo de R$ 724,00.