Brasileiro melhora qualidade de vida e evita doenças

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53538Na luta contra as doenças crônicas, população tem o apoio do setor privado

Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde e publicado neste ano mostrou que a escolaridade se mostra uma arma em favor da saúde, principalmente, entre o público feminino. O percentual de excesso de peso entre as mulheres com até oito anos de estudo é de 58,3%. Já entre as mulheres com escolaridade de no mínimo 12 anos, esse percentual cai para 36,6%. Avanço importante para evitar diversas doenças crônicas, que têm o excesso de peso como fator de risco.

O setor privado também entrou na luta contra as doenças crônicas e investe em programas de prevenção para melhorar a saúde e qualidade de vida dos seus colaboradores. No Oeste paraense, a Alcoa, que atua com uma unidade de mineração de bauxita em Juruti, desenvolve há mais de um ano o Programa Alcoa Bem-estar, que incentiva a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores por meio de quatro pilares: tabaco zero, alimentação saudável, ser ativo e equilíbrio.

Segundo Rogério Ribas, gerente de Recursos Humanos da Companhia, o programa vem avançando com a implementação dos quatro pilares e ajudando a combater vários tipos de doenças. “Alimentação saudável e prática de atividade física melhoram consideravelmente a qualidade de vida de uma pessoa e ajuda no controle de muitas doenças crônicas, como o diabetes”, afirma.

No Brasil, a próxima quinta-feira, 26, é o Dia Nacional do Diabetes, para reforçar a prevenção e o tratamento da doença. De acordo com a pesquisa do Ministério da Saúde, o maior acesso da população à atenção básica, facilitou o diagnóstico de diabetes. Por conta disso, cresceu o número de pessoas que declarou ter recebido o diagnóstico positivo: de 2006 para 2013, o percentual de diabéticos passou de 5,5% para 6,9%.

Ter o diagnóstico precoce é fundamental para o paciente fazer o controle sobre a doença e para as empresas, essa informação também é utilizada para direcionar suas ações de saúde para os funcionários. Na Imerys, que atua com caulim no Nordeste do Pará, os colaboradores participam durante todo o mês de junho da campanha de conscientização sobre a doença. “Nós trabalhamos bem mais a prevenção. Temos na empresa alguns colegas com a doença e fazemos o acompanhamento. Para evitar que o número de diabéticos aumente, propomos uma mudança nos hábitos alimentares”, explica Ronaldo Vale, técnico de Enfermagem da empresa.

Para o lubrificador Antônio Machado, o Sarito, 65 anos, essa mudança de hábitos veio só depois de descobrir que tem a doença. “Sigo uma dieta especial, com muitas verduras, frutas, arroz integral. Refrigerante está fora e gordura nem pensar”. Para Ronaldo Vale, esses alimentos devem ser parte da rotina, substituindo outros mais gordurosos.

Sarito trabalha na Imerys desde 2011 e convive com o diabetes há onze anos e está acostumado com as restrições: “Trabalho normalmente, faço controle frequente com os médicos. Aqui na empresa nunca tive problemas, pelo contrário, nunca me faltou acompanhamento, medição de glicemia, incentivo à alimentação saudável, sempre tendo em mente que preciso me cuidar”.

O objetivo da mineradora é mostrar que é possível desenvolver diabetes do tipo 2 no período de cinco a dez anos, caso não haja uma alimentação saudável. A estimativa da International Diabetes Federation (IDF) é que em 2025 o número de pessoas convivendo com a doença seja de 380 milhões. “A prevenção faz parte da atenção primária. Uma vez que o diabetes é desenvolvido, ele não tem cura”, esclarece Ronaldo.