Avança proposta de Pimentel que torna “Dragão do Mar” herói da Pátria

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Aprovada na Comissão de Educação, proposta segue para Câmara.

O pescador Francisco José do Nascimento, que lutou pela abolição da escravatura no Ceará e ficou conhecido como “Dragão do Mar”, terá seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. A proposta do líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), foi aprovada na Comissão de Educação, nesta terça-feira (16/2). A proposta segue para análise na Câmara dos Deputados.

O livro registra o nome de brasileiros considerados heróis nacionais, por oferecerem a vida em favor de causas importantes para o país. A peça em aço em formato de livro fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O nome do Dragão do Mar será inscrito ao lado de outros 41 heróis como Tiradentes, Duque de Caxias, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e Chico Mendes, entre outros.

Na justificativa do projeto, Pimentel destacou a importância do pescador na luta abolicionista no Ceará. O senador lembrou que, em 1881, Dragão do Mar lutou para evitar o embarque de negros escravos nos portos cearenses. “Ele decidiu impedir o tráfico negreiro, ao lado de um conjunto de intelectuais, de pessoas do povo que já trabalhavam essa agenda desde a metade do Século XIX. Esse processo permitiu que o Estado do Ceará fosse o primeiro da federação a libertar o negro escravo, em 1884, quatro anos antes da abolição da escravatura no Brasil, em 1888”, ressaltou.

Em novembro de 2014, o “Dragão do Mar” recebeu in memoriam a Comenda Abdias Nascimento, também por indicação do senador Pimentel. A honraria foi instituída pelo Senado, em 2013, para homenagear pessoas que trabalham para proteger e valorizar a cultura afro-brasileira.

Dragão do Mar – Símbolo da resistência popular cearense contra a escravidão e considerado um expoente na luta abolicionista, Francisco José do Nascimento nasceu em Canoa Quebrada, no município de Aracati (CE), em 1839, e faleceu em Fortaleza, em 1914. Ele foi nomeado prático da Capitania dos Portos, em 1874, conviveu com o drama do tráfico negreiro e envolveu-se diretamente na luta pelo abolicionismo.

dragao do0 mar

Uma de suas atitudes heroicas foi o fechamento do Porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravos para outras províncias. Em 1882, sob sua liderança, os jangadeiros cearenses abriram as velas de suas embarcações, na recepção do famoso abolicionista José do Patrocínio. O “Dragão do Mar” ajudou na libertação de escravos na então província do Ceará, em 1884, quatro anos antes da abolição da escravatura no país.

Livro dos Heróis da Pátria – A peça em aço, no formato de um livro, foi criada para registrar os nomes de brasileiros que se destacaram em prol da pátria brasileira. A inscrição confere ao homenageado o status de “herói nacional”. O livro fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, inaugurado em 7 de setembro de 1986, para homenagear o primeiro presidente civil após vinte anos de regime militar. O primeiro nome inscrito foi o de Tiradentes, em 21 de abril de 1992.

Para que um nome seja incluído no Livro, o Senado e a Câmara dos Deputados precisam aprovar uma lei e o texto deve ser sancionado pelo presidente da República. Além dos 41 nomes inscritos, também são homenageados no livro os Soldados da Borracha. Eles foram os seringueiros recrutados para trabalhar na coleta de látex durante a Segunda Guerra Mundial, para ajudar nos esforços de combate ao nazismo.

Autor: Da redação com Franzé Ribeiro Coordenador de Comunicação do senador José Pimentel