Advogados pedem ‘serenidade’ no STF

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Dois dos principais criminalistas do País, defensores de réus do mensalão, recomendam aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que “retomem o caminho da normalidade”. Márcio Thomaz Bastos, que representa a cúpula do Banco Rural, e José Luís Oliveira Lima, patrono do ex-ministro José Dirceu, destacam que a Corte máxima “sempre foi um ambiente de serenidade”. 
Na última quinta feira o presidente do STF, Joaquim Barbosa, interrompeu a sessão em meio a um entrevero com o ministro Ricardo Lewandowski. Barbosa atribuiu “chicanas” a Lewandowski e não se retratou.

A advocacia está perplexa.
”Episódios como o de quinta-feira não são normais”, alerta Thomaz Bastos. “Criam ambiente impróprio para se analisar com a devida atenção e profundidade os argumentos de defesa.”
Ele considera “natural” divergências num julgamento tão complexo “O Direito não é uma ciência exata e a aplicação das leis é sempre revestida de um certo grau de subjetividade.  Os sistemas processuais induzem a que as decisões finais sejam tomadas sempre por um colegiado.” Bastos vê assim o presidente do STF. “É um juiz muito convicto de suas posições e as defende de boa fé. Em determinados momentos, porém, falta-lhe a compreensão de que a busca pela Justiça depende também da análise desarmada de argumentos divergentes, venham eles dos advogados, do Ministério Público ou, principalmente, de outros juízes.”

Da redação com (AE)