Segundo especialista, próximo de 10% das mulheres sofrem com o distúrbio que altera o ciclo menstrual
A cada cinco mulheres em idade fértil, uma possui a síndrome dos ovários policísticos, doença endocrinológica caracterizada pelo aumento na produção de hormônios masculinos pelos ovários. Os principais sintomas são irregularidade ou ausência da menstruação, pele mais oleosa que o normal, acne, ganho de peso, surgimento de pelos em locais não comuns à mulher, como por exemplo, ou rosto, e até mesmo dificuldade de engravidar.
Como ocorre esta síndrome
É uma doença ovariana de causa não totalmente conhecida, mas com grande influência genética. Nela, o ovário doente produz os hormônios sexuais (estrogênio e androgênio) de maneira inadequada, com um predomínio na produção de androgênios. O ambiente hiperandrogênico decorrente desta produção aumentada incapacita o ovário de ovular. Por isso, a mulher acometida tem ciclos menstruais irregulares e dificuldade para engravidar. Os cistos formados no ovário são uma representação desta dificuldade de ovulação.
De acordo com Marcelo Steiner, ginecologista da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), mulheres acima do peso devem redobrar a atenção com o distúrbio. “Elas tem uma chance maior de desenvolver problemas cardíacos e até diabetes por conta da soma dos riscos associados à obesidade e da produção aumentada de androgênios”, conta.
Apesar do alto número da ala feminina que apresenta cistos no ovário, nem sempre há a presença da síndrome dos ovários policísticos (SOP). Não necessariamente ter cistos no ovário significa que a mulher é portadora da Síndrome dos Ovários Policísticos.
Tratamento
A ciência ainda não encontrou cura para a SOP, mas há tratamentos em que há alivio dos sintomas e seguindo algumas estratégias, a possibilidade da mulher ovular para engravidar. “O uso de certos anticoncepcionais é o método mais comum para tratamento desta síndrome; há casos em que os cistos desaparecem por completo”, releva o consultor da Netfarma.
Existem outras alternativas que, ligadas ao anticoncepcional, aumentam a eficácia do tratamento. Tratamentos para diminuir a oleosidade da pele é um exemplo. “O dermatologista e o endocrinologista podem completar o tratamento com algumas opções que irão ajudar em outros aspectos. Pode ser para deixar a pele menos oleosa ou para perder peso”, conclui doutor Marcelo Steiner.
Qualquer medicamento para tratar a SOP deve ser sempre prescrito pelo médico ginecologista, que é quem pode diagnosticar o problema e indicar o tratamento adequado.