Instituto Cigano do Brasil se reúne com apoiadores do Sífilis Não

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Na perspectiva de promoção de saúde e auto cuidado a saúde inclusiva do Povo Cigano.

O presidente do Instituto Cigano do Brasil-ICB, o cigano calon, Rogério Ribeiro juntamente com a secretária do ICB, Renata Célia, se reuniu nesta quinta-feira (7/02) no prédio da secretaria de saúde de Fortaleza, com os apoiadores do Projeto Sífilis Não no Ceará, Katherine Jerônimo e José Maria, com o intuito de conhecer mais o projeto e ampliar as ações para as comunidades ciganas do estado do Ceará.

O Projeto

O Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde (por meio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/DIAHV), o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Suas atividades

O projeto iniciou suas atividades em abril de 2018, contando com a participação de 52 apoiadores que cobrem 72 dos 100 municípios prioritários. São 52 apoiadores de varias regiões do país, todos com curso superior completo em diversas áreas do conhecimento, atuando como mediadores entre a gestão e os serviços de saúde de estados e municípios para a elaboração do plano de trabalho local de implementação do projeto. São considerados o perfil epidemiológico e as necessidades de cada região, as atividades executadas, o monitoramento de trabalhos e a avaliação de resultados. Também participam da implantação dos Comitês de Investigação para prevenção da transmissão vertical de HIV e sífilis e da formação e apoio para a operacionalização do Grupo de Acompanhamento Local (GAL).

Visa fortalecer

O projeto Projeto Interfederativo de Resposta à Sífilis nas Redes de Atenção (Sífilis Não) visa fortalecer ações de controle da Sifilis, tendo como meta chegar aos 100 municípios prioritários para a resposta brasileira à sífilis. No Ceará o projeto está inserido em 03 municípios prioritários: de Fortaleza contando com 2 apoiadores, sendo uma a Magda Ferreira Queiroga,  Caucaia e Maracanaú que conta com 1 apoiador em cada município (Katherine Jerônimo e José Maria respectivamente).

Segundo o apoiador de Maracanaú, José Maria, os apoiadores não são executores de ações, mas de mediadores a gestão dos municípios e as equipes de saúde de estados e municípios para a elaboração estratégias de ações eficazes no controle da sífilis. O trabalho dos apoiadores está baseado nas dimensões de Prevenção, Vigilância Epidemiológica e Estratégias de garantia da oferta dos serviços.

De acordo com o presidente do ICB, o Povo Cigano vai está engajando nesta empreitada, hoje cerca de 60 (sessenta) municípios cearenses têm ciganos,     “Precisamos fomentar e implementar políticas de saúde para o Povo Cigano em todos os municípios do Ceará e do país, além das ações para conscientizar e divulgar formas de prevenção, com o objetivo de reduzir o número de casos da doença em Caucaia” disse o presidente.

Para Renata Célia, as existências de diversas barreiras atrapalham no trabalho de prevenção e tratamento da Sífilis e fortalecer as equipes de saúde dos municípios a fim de realizar um trabalho eficaz com população de modo geral e em particular com as comunidades ciganas possibilitará o reconhecimento dessas comunidades como publico prioritário (pelas dificuldades de acesso aos serviços de saúde de um modo geral). Será um conjunto de ações que oportunizarão enxergar um publico que dificilmente é enxergado no território de atendimento de saúde, lembrou Renata.

A enfermeira e apoiadora do Sífilis Não de Caucaia, Katherine Jerônimo, destacou que a reunião foi boa, “Pois conseguimos discutir sobre acesso aos serviços e políticas de saúde pública, ressaltando a necessidade da continuidade do cuidado a médio e longo prazo, como também, destacamos a necessidade de ofertar seguimento das ações, mesmo feita de modo pontual, em dias alusivos, é preciso garantir a assistência quando foi demandada” pontuo Katherine.

Destaque

Destacamos que é importante realização atividade de prevenção e promoção à saúde, no entanto, para fortalecimento das ações, precisa-se conhecer o território, se os serviços de saúde in loco, se estes estão dando conta da demanda da população, sobretudo, se reconhecem o povo cigano como população prioritária, e se a população cigana tem acessibilidade aos serviços e atividades demandas pelas equipes de saúde.

Encaminhamentos

Realizar mapeamento do município de Maracanaú para verificar se há população cigana residente; A apoiadora Katherine, fará articulação com a coordenadora do Distrito, referente ao território com ciganos residentes, para verificar o acesso à assistência à saúde dos mesmos, bem como, quais outras necessidades; Realizará contato com Marisa Veras e as conselheiras locais Maiara Aline e Gleicivania Rodrigues (Mariana), para propor como pauta de reunião de conselho a realização de atividades que envolvam a prevenção da sífilis e outras IST e HIV.

ICB e Campanha Sífilis Não

Vale ressalta que o ICB, em 2018 realizou o Outubro Rosa e Novembro Azul Cigano na comunidade Cigana de Pindoretama, bem como o Dezembro Vermelho Sífilis Não Cigano, nas comunidades ciganas e Fortaleza, Pindoretama e Sobral.

 

 

Com apoio da Prefeitura de Pindoretama e Sobral, voltado para estimular atividades de orientação, prevenção, conscientização, diagnóstico precoce e tratamento da infecção pelo HIV e chamar a atenção da população Cigana sobre a importância de prevenir e combater o vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Teste rápido

Garantir o teste rápido nas UBS e o tratamento: campanha que permita o acesso ao teste rápido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde esse tipo de teste já esteja implantado. A testagem é o primeiro passo para uma cadeia de ações que inclui a prevenção, o tratamento e o cuidado.

Sífilis

A sífilis tem cura e é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida de uma pessoa infectada para outra durante o sexo desprotegido, através da transfusão de sangue e da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou no parto. A doença pode se manifestar em três estágios e os maiores sintomas ocorrem durante as duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintomas, e, por isso, dá-se a falsa impressão de cura da doença.

Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.

Dia Nacional

O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é comemorado no terceiro sábado do mês de outubro de cada ano. Foi instituído pela Lei nº 13.430 de 31 de março de 2017, mobilizando os estados, municípios, movimentos sociais e associações, sociedades e conselhos de classe para o enfrentamento da doença.

Tratamento

Após o diagnóstico da sífilis, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e é recomendado pelo profissional de saúde. Os parceiros das gestantes também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito, pois é o único método capaz de tratar a mãe e o bebê. Nos casos de sífilis em bebê, a criança necessita ficar internada para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê.

Autor/Fotos: Ascom/ICB