Enredos de União da Ilha, São Clemente, Mocidade, Unidos da Tijuca, Portela e Mangueira levarão o público da Sapucaí a um passeio por três continentes na noite desta segunda-feira (27)
As seis escolas que fecham a maratona de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro levarão o público a viajar pela Europa, África e América na noite desta segunda-feira (26). Curiosamente, as responsáveis por abrir e fechar a festa, respectivamente União da Ilha e Mangueira, apostam em enredos ligados à religiosidade para conquistar o público e os jurados.
Das demais, a São Clemente mantém sua tradição de irreverência para falar de uma fraude financeira (na França, mas o paralelo com o Brasil será inevitável), a Mocidade convida o público a viajar pelo Marrocos mágico das mil e uma noites, a Unidos da Tijuca conta a história da música dos Estados Unidos e a Portela parte de uma autorreferência para navegar pelos rios do mundo.
A Tricolor da Ilha do Governador decidiu inovar neste carnaval. E foi com tudo: tem carnavalesco estreante no Grupo Especial, contando uma história da cultura do candomblé banto, de Angola, nunca relatada na Sapucaí. Severo Luzardo vai usar as inquices (equivalente a orixás) para contar o enredo “Nzara Ndembu! Glória ao Senhor Tempo” (veja a letra do samba-enredo).
A história contada pela União da Ilha é conduzida por Kitembo, rei de Angola que é o inquice mágico do tempo. Ele passeia pelos elementos da natureza – água, fogo, terra e ar – junto com outros inquices e modifica a vida dos homens, mostrando que o tempo tem a nos ensinar sobre a preservação da natureza.
A União da Ilha, que no carnaval passado foi a 11ª colocada, vai se apresentar com 3.400 componentes, em 31 alas e com seis carros.
Ficha técnica
Enredo: Nzara Ndembu! Glória ao Senhor Tempo
Carnavalesco: Severo Luzardo
Intérprete: Ito Melodia
Mestre de bateria: Ciça
Rainha de bateria: Tânia Oliveira
Mestre-sala e porta-bandeira: Phelipe Lemos e Dandara Ventapane
Comissão de frente: Carlinhos de Jesus
SÃO CLEMENTE
A escola de Botafogo vai contar no Sambódromo a história de uma fraude: ao ser convidado para uma festa no palácio de seu ministro das finanças, o rei Luís XIV percebeu que o tesouro real estava sendo roubado. Afinal, o ministro não tinha renda suficiente para mandar construir um castelo como aquele, tão grande e luxuoso.
A carnavalesca Rosa Magalhães resolveu contar com muita irreverência e ironia, no enredo “Onisuáquimalipanse “ (veja a letra do samba), a história do monarca que, ao perceber que estava sendo lesado, prendeu o ministro e mandou que arquitetos e artistas erguessem um palácio ainda maior e mais bonito, dando origem ao Palácio de Versailles.
A São Clemente, que no ano passado ficou na nona colocação, desfila com 3.000 componentes em 30 alas e com seis carros.
Ficha técnica
Enredo: Onisuáquimalipanse
Carnavalesca: Rosa Magalhães
Intérprete: Léo Nunes
Mestre de bateria: Caliquinho
Rainha de bateria: Raphaela Gomes
Mestre-sala e porta-bandeira: Fabrício e Denadir
Comissão de frente: Sérgio Lobato
MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL
A Verde e Branca da Zona Oeste do RIo, num passe de mágica, vai propor uma viagem da comunidade da Vila Vintém a Marrakesh para conhecer as similaridades e as diferenças entra as culturas brasileira e marroquina. E para conhecer esse universo, nada melhor que embarcar nesse tapete mágico, no enredo “As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh” (veja a letra do samba-enredo), dos carnavalescos Alexandre Louzada e Edson Pereira.
A viagem pelo reino exótico do Marrocos vai ser conduzida por personagens como Sinbad e Aladdin, levando o público a conhecer tradições, saberes e sabores do Marrocos. Entre o Saara de lá e a Saara de cá, o que não vai faltar é novidade e histórias que se equivalem às lendas brasileiras.
A Mocidade, que em 2016 ficou na décima colocação, vem este ano com 3.300 componentes, 33 alas, seis carros e um tripé.
Ficha técnica
Enredo: As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh
Carnavalescos: Alexandre Louzada e Edson Pereira
Intérprete: Wander Pires
Mestre de bateria: Dudu
Rainha de bateria: Camila Silva
Mestre-sala e porta-bandeira: Diogo Jesus e Cristiane Caldas
Comissão de frente: Saulo Finelon e Jorge Teixeira
UNIDOS DA TIJUCA
A escola do Morro do Borel partiu de um fato real, o encontro ocorrido entre o músico brasileiro Pixinguinha e seu colega americano Louis Armstrong, para criar o enredo “Música na alma, inspiração de uma nação” (veja a letra do samba-enredo). Na história imaginada pelos carnavalescos Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo, o músico americano conta ao brasileiro a história da música norte-americana.
Vários ritmos vão desfilar pela avenida, como o jazz, o country, o rock, o soul, entre outros. Lá também estarão grandes nomes da música americana, ídolos como Michael Jackson e Beyoncé, além dos musicais da Broadway.
A Unidos da Tijuca, que no ano passado foi a segunda colocada, vai desfilar com 3.500 componentes, em 28 alas e seis carros.
Ficha técnica
Enredo: Música na alma, inspiração de uma nação
Carnavalescos: Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo
Intérprete: Tinga
Mestre de bateria: Casagrande
Rainha de bateria: Juliana Alves
Mestre-sala e porta-bandeira: Julinho e Rute
Comissão de frente: Alex Neoral
PORTELA
Do clássico samba “Foi um rio que passou em minha vida”, de Paulinho da Viola, nasceu a inspiração do carnavalesco Paulo Barros para criar o enredo “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar” (veja a letra do samba-enredo). A Portela vai se deixar conduzir pelos mais importantes rios de água doce do mundo, contando suas histórias e lenda e o desenvolvimento da população às suas margens.
E nesse mar de lirismo e conhecimento, a escola vai levar o público ao turbilhão de emoções que é o manto azul e branco da Portela. Fonte de inspiração que vai inundar a avenida de emoção.
A Portela, terceira em 2016, este ano vai desfilar com 3.400 componentes em 31 alas e seis carros.
Ficha técnica
Enredo: Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar
Carnavalesco: Paulo Barros
Intérprete: Gilsinho
Mestre de bateria: Nilo Sérgio
Rainha de bateria: Bianca Monteiro
Mestre-sala e porta-bandeira: Alex Marcelino e Danielle Nascimento
Comissão de frente: Léo Senna e Kelly Siqueira
MANGUEIRA
Atual campeã, a Estação Primeira vai buscar o bicampeonato brincando com a religiosidade dos brasileiros, que em todas as situações se apegam a santos e orixás a qualquer instante no dia a dia. O carnavalesco Leandro Vieira diz que o enredo “Só com a ajuda do santo” (veja a letra do samba-enredo) também pode ser um pedido de proteção para conquistar o bicampeonato no carnaval carioca.
A escola vai levar para a avenida não somente os santos católicos, mas também os orixás da umbanda, mostrando que o sincretismo faz parte da cultura do povo, que uma hora acende uma vela para o santo, outra joga flores no mar para um orixá. A Mangueira vai mostrar ainda a total intimidade do povo com os santos, nas festas e celebrações, sempre com um patuá no bolso que é para dar mole para o azar.
A Mangueira vai se apresentar com 3.500 componentes, 26 alas, seis carros e três tripés.
Ficha técnica
Enredo: Só com a ajuda do santo
Carnavalesco: Leandro Vieira
Intérprete: Ciganerey
Mestre de bateria: Rodrigo Explosão
Rainha de bateria: Evelyn Bastos
Mestre-sala e porta-bandeira: Matheus Olivério e Squel Jorgea
Comissão de frente: Júnior Scapin
Autor: Da redação com Alba Valéria Mendonça, G1 Rio/Fotos: Divulgação