Suplementos e vitaminas podem prevenir doenças crônicas?

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suplemento-vitaminicoAntes de utlilizar qualquer tipo de complemento vitamínico, é aconselhável consultar um médico

Não se deixe levar pelo impulso ao se deparar com uma prateleira repleta de vitaminas e anti-oxidantes. Use sua inteligência e pergunte a si mesmo se há realmente necessidade de tomar aquele suplemento vitamínico.

No Brasil, não temos dados estatísticos sobre o uso de vitaminas, mas nos Estados Unidos, metade da população toma diariamente uma ou mais vitaminas na forma de comprimido, líquido ou pó, sem receita médica. O suplementos comuns incluem vitaminas, minerais e produtos à base de plantas (fitoterápicos).

Os consumidores destes produtos têm a falsa sensação que estarão recebendo nutrientes essenciais com a finalidade de manter ou melhorar a saúde, no entanto, nem todos precisam de complementos vitamínicos. Mesmo que precisem, é necessário explorar a oferta de vitaminas e minerais disponíveis em diversos alimentos saudáveis. Em alguns casos, entretanto, os suplementos podem ser úteis para preencher lacunas em sua dieta.

Ao contrário dos medicamentos, as vitaminas não podem ser vendidas com o intuito de prevenir, tratar ou inverter o curso de uma doença crônica, mesmo porque há poucas evidências sobre este fato. Não tome, portanto, nenhuma vitamina com a expectativa de cura.

Alguns suplementos podem provocar efeitos colaterais, sobretudo, em ocasiões específicas como pré-operatórios, interações com outros medicamentos e determinadas condições de saúde. Os efeitos de muitos suplementos vitamínicos não foram testados em crianças, mulheres grávidas e muitos outros grupos.

Os suplementos nutricionais mais populares incluem multivitamínicos, cálcio, vitamina B, vitamina C e vitamina D. O cálcio é responsável pela saúde dos ossos e a vitamina D ajuda o organismo a absorver o cálcio.

Em recente painel realizado nos Estados Unidos com treze especialistas em medicina e nutrição, foram deliberadas as seguintes recomendações após revisão da literatura sobre o assunto:

• Recomenda-se o uso de cálcio e vitamina D em mulheres na pós-menopausa para proteger a saúde dos ossos;
• Recomenda-se o uso de anti-oxidantes e zinco para adultos não fumantes com degeneração macular em estágio inicial;
• Recomenda-se o uso diário de ácido fólico nas mulheres em idade fértil para prevenir defeitos congênitos no cérebro e medula espinhal do bebês.

Outras evidências no uso de suplementos e vitaminas:

• As mulheres precisam de ferro durante a gravidez e os bebês amamentados de ácido fólico;
• Os vegetarianos precisam considerar a possibilidade de tomar vitamina B12, cujas principais fontes são carnes, peixe e laticínios;
• O óleo de peixe (ômega 3) tem provavelmente a mais fundamentada indicação para proteger a saúde do seu coração.
Suplementos que precisam de mais estudos para comprovar sua eficácia:
• Glucosamina para dor nas articulações;
• Equinácea para fortalecer a saúde imunológica;
• Óleo de linhaça para favorecer a digestão.

Suplementos com algum risco:

• Vitamina K encontrada em folhas verdes como alface, espinafre, brócolis e couve,pode reduzir a ação dos anticoagulantes;
• Gingko biloba pode afinar o sangue, aumentando o risco de sangramentos;
• Erva de São João, utilizada em depressão, ansiedade e neuropatia, pode reduzir a eficácia de outros medicamentos.

Vitamina com forte evidência de risco:

• Betacaroteno (uma forma de vitamina A) aumenta o risco de câncer de pulmão em fumantes.

O painel identificou diversos possíveis riscos associados ao uso de suplementos e multivitamínicos, incluindo a ingestão abusiva destas substâncias. O consumo diário de alimentos fortificados com suplementos pode ultrapassar involuntariamente os níveis superiores de nutrientes diários recomendados com consequente prejuízo à saúde.

Não existem dados suficientes para recomendar o uso de suplementos vitamínicos na prevenção de doenças crônicas.
Converse com seu médico antes de decidir por conta própria sobre a necessidade de consumir estes produtos.

Fonte: ORM Saúde