Brasília
Servidores públicos do Distrito Federal participam neste momento de ato que marca uma paralisação geral de 24 horas na capital federal. Representantes de diversos setores, incluindo saúde, educação e departamento de trânsito, ocupam praticamente toda a Praça do Buriti, localizada em frente ao Palácio do Buriti (sede do governo local).
O trânsito no centro da cidade está lento. A Polícia Militar do Distrito Federal ainda não tem uma estimativa do número de manifestantes. A expectativa dos sindicatos e movimentos que lideram o ato é que pelo menos 10 mil pessoas passem pelo local. Com a paralisação, serviços de saúde e nas escolas foram interrompidos.
Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal (Sindireta) e da Nova Central Sindical, Luiz Gonzaga de Negreiros, a principal demanda dos trabalhadores trata do reajuste salarial. “Esse movimento é para dizer não a um governador que não quer cumprir uma lei totalmente respaldada para conceder reajuste aos servidores. Não é nem reajuste, é uma reposição salarial já acordada em três parcelas”, explicou.
Líderes dos sindicatos estão reunidos neste momento com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. O encontro, segundo os manifestantes, foi proposto pelo próprio governo há cerca de uma hora.
Ontem (23), Rollemberg já havia antecipado que não há possibilidade, este ano, de conceder o reajuste aos servidores “por absoluta falta de recursos”. “Os sindicatos sabem disso. As contas estão abertas”, disse. “Não vai ser uma greve que vai fazer o dinheiro aparecer”, completou. As declarações foram dadas pelo governador durante entrevista ao vivo no programa Repórter DF, da TV Brasil.
No início do mês, o governo do Distrito Federal anunciou um pacote de medidas para tentar equilibrar as contas, entre elas a suspensão do reajuste salarial de diversas categorias previsto para este semestre. De acordo com o governo local, os aumentos representariam gasto extra de R$ 400 milhões até o fim de 2015.
Serviços
Pela manhã, o movimento nos hospitais públicos era pequeno em decorrência da paralisação. Um funcionário do Hospital de Base disse que 30% da equipe do pronto-socorro está trabalhando, atendendo as urgências e emergências. As cirurgias eletivas foram suspensas. No ambulatório, médicos de alguns setores também estão trabalhando, como da gastroenterologia e de cardiologia.
Professora aposentada, Jose Gonçalves foi com a filha para consulta com o neurologista, mas não foi atendida. Segundo ela, a equipe informou que, dependendo do resultado da assembleia de hoje dos servidores, a filha poderá ser atendida no período da tarde.
Elaine da Silva estava acompanhando a mãe no pronto-socorro e disse que, apesar da demora, conseguiu ser atendida. A aposentada Conceição Pacheco relatou ter retirado hoje medicamento na farmácia do hospital, mas não conseguiu agendar uma consulta.
No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o pronto-socorro está aberto. Creuza Silva, dona de casa, chegou ao local por volta das 7h reclamando de dor no pulmão e disse que ia aguardar pelo atendimento. No ambulatório do Hran, alguns setores estão atendendo pacientes de doenças neuromusculares e dermatologia. Lindalva de Souza, de Santa Maria, disse que foi atendida normalmente no setor de oftalmologia.
Além dos serviços de saúde, algumas escolas não tiveram aula, como o Centro Educacional Elefante Branco. A sede do Detran também está fechada. O metrô funciona normalmente, assim como o posto do Na Hora na rodoviária.
*Colaborou Andreia Verdélio
Autor: Paula Laboissière – Agência Brasil*/Foto: José Cruz/Agência Brasil