Resgate da Ancestralidade: SDA possibilita formação sobre Coleta de dados para a construção de território tradicional cigano em Caucaia.

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Mapeamento do povo Ciganos do estado do Ceará: visibilização e inclusão sociopolítica.

A Secretaria de Desenvolvimento Agrário-SDA, através da CODEA – Coordenadoria de Desenvolvimento Agrário, em parceria com o Instituto Agropolos, em apoio às comunidades tradicionais e povos originários do Ceará, através do seu coordenador José de Castro Lima Junior e a técnica do Agropólos, a pedagoga Viviany Maria Mota, o trabalho está em fase de implementação do processo de territorialização dos Ciganos Cálons, que consiste no diagnóstico da situação geográfica, demográfica e sócio histórica de cada território cigano, neste primeiro momento, concretizado um projeto piloto no Distrito de Catuana onde mais um momento produtivo aconteceu na sede provisória da ASPRECCC, na tarde dessa quarta feira (28/02).

A Associação de Preservação da cultura Cigana de Caucaia-ASPRECCC, entendendo a necessidade de fortalecer a luta em defesa dos direitos dos Ciganos calons, de suas tradições culturais e da soberania, entende que identificar os cidadãos que se auto afirmam da etnia Cigana Calons do estado do Ceará, bem como apresentar cartograficamente as localizações das comunidades ciganas reconhecendo seus territórios são etapas desse processo.

De acordo com o presidente da ASPRECCC, calon Rogério Ribeiro, o apoio do governo do estado do Ceará, através da SDA é de suma importância para o povo cigano, pois são necessárias para o acesso a políticas públicas e fortalecendo os laços que são criados com a comunidade, “Reivindicamos políticas públicas específicas, que garantam nossos direitos humanos, sociais e culturais, estamos saindo da invisibilidade” destacou o calon.

Sorridente e confiante, a matriarca nosso tesouro vivo, a cigana calon do Distrito de Catuana, Maria Lucino, no local 16 famílias residem,  “Estou feliz pelo meu povo, pois parece que agora somos vistos pelos Jurons (homens que não são ciganos)” disse a matriarca.

 

O Coordenador Castro Junior explica que é um trabalho de resgate da ancestralidade e construção do território tradicional cigano realizado pelos próprios ciganos de cada comunidade, sob o assessoramento da equipe do CODEA. A preparação para a construção do texto-base do resgate da ancestralidade e a construção do território a partir da auto-identificação das famílias ciganas calon, “Importante ressaltar que quem faz o resgate são radicalmente as pessoas da comunidade e nós da SDA facilitamos esse processo” destaca o coordenador, e complementa “Os ciganos e ciganas também estão sendo capacitados para indicar as possibilidades de acessar as politicas públicas de uma forma racional considerando inclusive uma matriz lógica de planejamento” definiu Castro Junior.

Ciganos no Ceará e no país

A existência no Ceará de mais de 20 (vinte) acampamentos, ranchos e em residência, inicialmente, um total de mais de 800 (oitocentas) famílias e no país são cerca de um milhão de ciganos.

Não tem território

Alguns povos possuem cultura independente, porém não tem território, são os chamados minorias nacionais, que vivem subordinados aos regimes políticos divergentes às suas culturas, são também denominadas de sentimento nacionalista que corresponde a aspiração de um povo em conquistar a sua independência política e territorial, do estado ao qual está subordinado.

Não tem território

Alguns povos possuem cultura independente, porém não tem território, são os chamados minorias nacionais, que vivem subordinados aos regimes políticos divergentes às suas culturas, são também denominadas de sentimento nacionalista que corresponde a aspiração de um povo em conquistar a sua independência política e territorial, do estado ao qual está subordinado.

 

Massacre

Durante a Segunda Guerra Mundial, o horror do holocausto não apenas ceifou milhões de vidas, como tirou de milhões de judeus, ciganos e outros grupos discriminados o direito às suas propriedades e posses. Na Polônia, o governo pós-guerra apropriou-se de milhares de imóveis e propriedades e os vendeu ou destinou à burocracia ao longo de quase 40 anos. Apenas em 1989, com a aprovação da Lei da Restituição de Propriedade, se iniciou o longo e penoso processo de restituir as propriedades expropriadas durante e após a guerra.

O direito de restituição é perpétuo. Se demonstrado a qualquer tempo que a propriedade foi tomada contra a vontade ou sem compensação ao dono, ela deve retornar a ele ou a seus descendentes.

Autor/Fotos: Ascom/ASPRECCC