Prostitutas recebem até R$ 30 mil e sustentam a casa em GO, diz UFG

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Pesquisa aponta ainda que maioria exige uso de preservativo e é solteira

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) traçou um panorama de como é a atuação das mulheres que se prostituem em Goiânia. O estudo aponta que a maioria tem até 30 anos, exige relações com preservativo, é solteira e promove o sustento financeiro da casa e da família. Algumas delas chegam a receber até R$ 30 mil mensais.
‘Entrei pelos meus filhos’
Na mesma região estava Vanessa, de 39 anos, que diz que escolheu a profissão para cuidar dos três filhos. Apesar de atuar na área há quatro anos, ela diz que “sofre com a concorrência” e se esforça para ganhar R$ 1,2 mil por mês.

“Entrei para meus filhos não virarem bandidos. Eu apanhava do meu marido e, um dia, o meu mais velho disse que iria matá-lo quando crescesse. Então eu o abandonei e fui criar meus filhos sozinha”, lembra.

Hoje, além dos três filhos, de 22, 20 e 17 anos, ela tem ainda dois netos. Em um futuro não tão distante, ela já se enxerga vendendo salgados na porta de uma faculdade, onde os familiares já trabalham.

Vanessa, que fica só de bermuda e sutiã na porta de um motel, onde faz os programas. Semestralmente, ela vai ao médico e garante que só transa com camisinha.

Questionada se está velha para a profissão, ela nega. “Tenho clientes fixos que vem aqui e dizem que preferem ficar comigo pela minha experiência”, contou.

Gêmeas, lésbicas e prostitutas

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E o ramo da prostituição também reúne pessoas da mesma família. É o caso das gêmeas Tatyane e Gabriela, de 18 anos, que trabalham juntas na “região dos motéis”. Lésbicas, elas moram com outras duas mulheres. Apesar das semelhanças, elas dizem que suas companheiras têm opiniões diferentes sobre a profissão.

“Minha mulher sabe, mas pede para deixar o meu trabalho na rua. Já a dela nem sabe. Acha que ela faz faxina na rua. O importante é ter dinheiro em casa”, diz Tatyane, que tem um filho de 2 anos de quando ainda se relacionava com homens. Ela foi a primeira a entrar para o ramo e, quando tinha nove meses de atuação, levou a irmã.

Gabriela diz que até fez faxina, mas “cansou” de receber pouco e não ser valorizada. Hoje, chega a receber R$ 5 mil por mês. São apenas dois meses sendo abordada por clientes em busca de sexo. Ainda sem um prazo definido, ela sonha em seguir a carreira  de médica veterinária.

Autor/fotos: Sílvio Túlio Do G1 GO