Principais hospitais públicos de Roraima estão sem condições de atender pacientes, denuncia TCU

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hospitalQuatro dos maiores hospitais de Roraima estão sem condições adequadas de atender a população, segundo apontou análise do Tribunal de Contas da União (TCU). O Hospital Geral de Roraima (HGR), principal instituição de saúde do Estado, concentra os atendimentos de urgência, emergência e internação, mas não tem condições de cobrir a grande demanda que recebe. Segundo o relatório do tribunal, “é comum haver pessoas internadas e colocadas em maca no corredor ou até mesmo em cadeiras”.

Essa situação é causada pelo grande fluxo de pacientes que chegam de cidades do interior em busca de atendimentos complexos ou de emergência. As deficiências encontradas passam também por falta de medicamentos, equipamentos e outros recursos necessários aos pacientes. Os prédios possuem falhas estruturais, como projetos arquitetônicos antigos, espaços físicos mal dimensionados e problemas elétricos e hidráulicos.

Dados reunidos pela auditoria do TCU indicam que cerca de 90% da população de Roraima utiliza serviços de saúde oferecidos pelo SUS e que o Estado possui o maior gasto em saúde pública por habitante do País. A participação da iniciativa privada na oferta de leitos é a menor do Brasil. Nos últimos 20 anos, o Estado foi um dos que mais teve crescimento populacional.

A avaliação concentrou-se no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital Coronel Mota (HCM), localizados em Boa Vista; no Hospital Santa Luzia, principal unidade hospitalar do sul de Roraima, situada em Rorainópolis; e na principal unidade do norte, o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá (HDOT), em Pacaraima.

O relatório será enviado à Secretaria de Estado de Saúde de Roraima, ao Ministério da Saúde e a outros órgãos responsáveis, para conhecimento da situação e adoção de medidas cabíveis.

Problema nacional

O diagnóstico da saúde pública de Roraima integrará um relatório sistêmico de abrangência nacional. O tema assistência hospitalar no SUS foi escolhido pela relevância social e pelo volume de recursos envolvidos. Para elaborar o estudo o TCU realiza levantamentos em todos os estados. A previsão é de que os resultados sejam publicados em novembro.

A situação de Roraima é semelhante ao que acontece no Amapá. Os pacientes das unidades públicas de saúde de Macapá denunciam falta de estrutura adequada e superlotação. Corredores com pessoas ‘internadas’ em bancos de madeira ao lado de lixeiras são rotina

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