Nada veio para a classe trabalhadora de graça sempre com muita luta.
“É preciso ter fé para vencer, para sonhar, para conquistar, para não se entregar, para se integrar e não se render, é preciso fé para viver” diz Pároco
Na manhã desta quinta-feira (20/08), no salão do Centro de Pastoral Santo Antônio, em Iguatu-CE, o coordenador da Pastoral Social de Iguatu e membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Padre Anastácio Ferreira, proferiu uma palestra sobre Lutas e Movimentos Sociais. em sua fala ele abordou a escravidão no Brasil, sua abolição e os reflexos desse processo na sociedade. A Igreja sempre esteve presentes nas lutas sociais, o operário aprendeu a dizer não e nada veio para a classe trabalhadora de graça sempre com muita luta.
Iniciando a palestra, Padre Anastácio, voltou no tempo a Antes de Cristo, “Na historia da bíblia o primeiro movimento de escravos que lutavam pela libertação do povo que era escravizado no Egito, Miriam, Arão e Moises, foram os lideres da época antes de Cristo” lembrou.
Em outro trecho o pároco explicou sobre a escravidão, “Os negros sempre foram vistos como coisa e muitos que não conseguiam sobreviver a tanta exploração eram engolidos pelo mar, como dizia Castro Alves em suas Obras. E acrescentou “O que move a historia é a luta dos explorados pelos exploradores. É histórica a Desqualificação do Movimento Social desde de Moisés e foi tratado como Subversivo, que impedia o povo a diminuir a produção de trabalho, hoje os exploradores chamam os trabalhadores de: “Vândalos, vagabundos e que não querem trabalha” alertou.
Exemplo de luta
Lembrou de Margarida Silva, líder sindical paraibana foi assassinada na porta de casa, em 1983, por um matador de aluguel. Três meses antes de morrer na frente do marido e do filho, em um discurso de comemoração pelo 1° de maio (Dia do Trabalhador), ela disse que “é melhor morrer na luta do que morrer de fome”.
A busca pela liberdade
Mesmo vivendo sobre um regime de total escravidão, os negros nunca perderam seu sonho de liberdade, isso fez com que muitos deles fugissem e formassem colônias, chamadas de Quilombos. Nesses locais eles podiam viver sua cultura de maneira livre, mesmo que escondidos. Eram em sua maioria locais de difícil acesso.
Lei Áurea
No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel promulgou a Lei Áurea, abolindo de vez a escravidão das terras brasileiras. Agora o negro vivia uma nova fase, onde se via liberto, porém acorrentados pelo preconceito da sociedade que ainda o via como um escravo.
Os negros foram jogados na sociedade sem moradia, nenhuma condição econômica de se manter, sem colaboração do estado e ainda vítimas da discriminação racial.
“O negro mora em palafita, não é culpa dele não senhor. A culpa é da abolição que veio e não o libertou. Dança aí negro nagô…” (musicas de animação da PJ). Musica cantada pelo Padre ao defender que ainda o povo vive a exploração mesmo depois da Abolição.
A escravidão é um dado relevante da nossa sociedade. Ainda hoje, podemos perceber comportamentos, marginalidade e posicionamento de alguns grupos que são reflexo desse processo.
A greve
O comando de greve procurou o senhor Bispo e a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, essa comissão tem cumprido o papel de intermediar, dialogar os conflitos e apoiar a luta pela justiça. Que a paz verdadeira venha, quando há justiça. “Agente ouviu e acolheu a luta e apoia os servidores municipais de Iguatu, esperamos construí um espaço de dialogo entre os grevistas e o senhor prefeito, o nosso papel é de apoio e de presença, e contribuir no dialogo que encontre um consenso de todos os direitos dos servidores municipais, acreditamos que nesses dias vamos construí uma mesa de negociação entre as partes e intermediar a causa, nosso papel é reconhecer a luta do povo, reconhecer a validade dessa luta pelos direitos e conversa com as partes e contribui com esse dialogo, penso que nesses dias vai ser construído”.
Autor: Rogério Ribeiro/Fotos: Renata Célia