Os usuários do Centro de Atendimento Psicossocial Municipal (CAPS 2) visitaram o Parque Ecológico Bosque dos Papagaios, nesta terça-feira (4). O intuito foi proporcionar inclusão por meio de uma trilha ecológica chamada “sensorial”.
De acordo com Karuliny Maia, diretora do Bosque, este tipo de passeio desenvolve o aprendizado dos participantes de maneira mais criativa. “Há muita diversão e descontração, pois nós entregamos, por exemplo, flores nas mãos deles – e eles sentem a textura, o cheiro. Ao mesmo tempo, eles também aprendem muito”, afirmou.
Muito além de educação ambiental, a principal meta da visita foi o desenvolvimento social dos pacientes. “Eles não são ‘selvagens’, como muitas pessoas ainda insistem em pensar. Eles estão num ambiente selvagem”, frisou Sérvulo dos Santos Silva, coordenador da Saúde Mental Municipal.
O coordenador enfatiza que cada um dos visitantes estava ali por vontade própria. “Eu perguntei: quem quer vir? Nós tratamos cada um deles de modo a terem autonomia”, explicou Sérvulo. A deficiente visual Fátima Sousa, por exemplo, recebeu uma folha de jenipapo em mãos, e descreveu a mesma sem precisar de demais auxílios.
Ela deixou clara sua felicidade em estar no local – mais ainda com uma companhia. “Estou aqui com o Gustavo, meu marido. Assim, se torna uma experiência de aprendizado um com o outro. Ele tinha muitas coisas, mas por conta da doença que tem [esquizofrenia], perdeu tudo. Mas eu o amo de qualquer jeito. Sabe, esse é o verdadeiro amor”, disse Fátima, que ainda ressaltou a melhoria de Gustavo graças ao tratamento no CAPS.