Organização que traficava travestis para prostituição no DF é alvo de operação da Polícia Civil

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Operação Império cumpre 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em Taguatinga e Riacho Fundo. Travestis eram cooptadas em outros estados e ficavam reféns do esquema.

Um organização criminosa suspeita de tráfico interestadual de travestis para exploração sexual foi desarticulada na manhã desta terça-feira (26) pela Polícia Civil do Distrito Federal. Até a publicação desta reportagem, sete pessoas haviam sido presas.

A Operação Império cumpre 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em Taguatinga e no Riacho Fundo. Segundo a polícia, além do tráfico de pessoas e da exploração sexual, os membros da organização são suspeitos de praticar outros crimes, como extorsão, homicídios “em disputa pela liderança do grupo” e exercício irregular da medicina, porque faziam intervenções estéticas nas vítimas.

As pessoas presas serão levadas para a 29ª DP, no Riacho Fundo, e ao Departamento de Polícia Especializada, na Asa Sul. Os mandados foram emitidos pela 3ª Vara Criminal de Taguatinga.

Como funcionava

Segundo as investigações, em curso há nove meses, a organização cooptava travestis em outros estados para trabalhar com prostituição na capital, principalmente em Taguatinga Sul. Como é comum em esquemas de tráfico de pessoas, as vítimas são financiadas pelos próprios criminosos para aceitar uma promessa de emprego.

Quando chegam ao destino, torna-se dependentes do esquema e, no caso investigado pela Operação Império, são obrigadas a se prostituir para pagar as dívidas. De acordo com a polícia, as travestis eram forças a viver em espécie de “repúblicas” administradas pela organização e pagavam a hospedagem com os programas.

Para atrair mais clientes, os criminosos submetiam as vítimas a cirurgias plásticas e intervenções estéticas, como injeção de silicone industrial nos glúteos e implante nos seios. Segundo a polícia, eram os próprios líderes do esquema que realizavam os procedimentos.

Autor: Da redação com G1 DF e TV Globo/Foto: Jonathan Lins/G1/