Mulheres Ciganas: Através de denúncia da RBPC, MP de Miguel Calmon vai investigar o caso

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Esse é o tempo da verdade e da reparação.

A Rede Brasileira dos Povos Ciganos – RBPC realizou uma ação firme e legítima, protocolando uma denúncia conforme o Oficio n° 0084A/RBPC/BA, para o Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos – CAODH, Dr. Rogério Luís Gomes de Queiroz, em defesa de mulheres ciganas que estariam sendo vítimas de abuso, constrangimento ou violação de seus direitos.

O Documento registrado sob o número IDEA 003.9.312137/2025, foi encaminhado para o Promotor de Justiça local apurar os fatos e determinou a abertura de investigação formal, confirmando a seriedade do caso apresentado e o compromisso com a apuração rigorosa.

Esse é um exemplo claro de como se deve agir: com responsabilidade, coragem e pelos caminhos legais. A RBPC demonstra, mais uma vez, que a defesa dos direitos dos povos ciganos exige ação real, não discursos vazios ou representações de fachada.

Enquanto muitos se dizem “representantes” e passam o tempo com frases feitas e roupas temáticas, a RBPC age com consistência, dando voz a quem, muitas vezes, é silenciado até dentro de sua própria comunidade — as mulheres.

De acordo com o presidente da RBPC, cigano Rogério Ribeiro esse é o tempo da verdade e da reparação “Essa iniciativa deve ser reconhecida e valorizada como exemplo de atuação séria em defesa da dignidade cigana, principalmente das mulheres que sofrem com o machismo, o preconceito e a invisibilidade social” destaca o presidente.

A RBPC prova que representar os povos ciganos vai muito além de ocupar espaço em eventos ou redes sociais. Representar é agir. Representar é ouvir os mais vulneráveis e buscar justiça. Representar é fazer o que muitos evitam por medo, por conveniência ou por interesse.

Diante disso, esperamos que o Ministério Público de Miguel Calmon conduza a apuração com o rigor que o caso exige e que os responsáveis, se confirmadas as denúncias, sejam responsabilizados à altura do que fizeram.

A cultura cigana não pode mais ser confundida com omissão.

Entenda

A comunidade cigana de Miguel Calmon registrou um ato covarde de um homem e divulgou nas redes socias causando comoção e revolta a atitude, um gesto aparentemente simples, carrega uma carga simbólica de ódio, preconceito e exclusão.

Não é apenas óleo no chão — é o reflexo de uma sociedade que ainda insiste em negar a humanidade do nosso povo. É a expressão de um racismo estrutural que tenta, todos os dias, apagar nossa cultura, calar nossas vozes e afastar nossos corpos dos espaços públicos.

Autor: Ascom RBPC