MTST/RR cinco anos de resistência urbana

1136

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de Roraima-MTST/RR, tem cinco anos de existência e conta com 2.300 famílias associadas.

 105 famílias do MTST/RR ocuparam no período de maio de 2007 a maio de 2008, uma área na BR 210 (saída) que liga Boa Vista a Alto Alegre. 

Com a execução de uma ordem de despejo, as famílias acamparam na Praça do centro cívico no centro da capital, durante 60(sessenta) dias. Em virtude da chegada da festa junina o prefeito de Boa Vista na época Iradilson Sampaio juntamente com o ex- superintendente da Secretaria de Patrimônio da União-SPU, José de Arimatéia, transferiram 55 famílias para o bairro Cruviana (Programa minha casa minha vida) e 50 famílias foram para a referida área denominada pelo MTST de (Acampamento Augusto Mariano) com a promessa de no Maximo 30 (trinta) dias as famílias terem uma moradia digna, promessa essa que vai fazer cinco anos, no próximo dia 22 de maio.

SPU

No entendimento do superintendente da SPU, Paulo André, a área pertence à União.

OBS: Alguns veículos de comunicação persistem em dizer que essas famílias invadem terras e são grileiro, “Não é verdade”, diante dos fatos citados pedimos que a mídia do Estado de Roraima dê  ênfase neste destaque.

Perfil dos moradores   

 Das 50 famílias: 20 famílias são indígenas da Serra do Sol e 30 são da zona urbana.

Entre adulto, crianças e adolescentes um total de 173 pessoas.

Crianças e adolescentes estuda

O MTST e os pais adaptaram uma escolinha no acampamento Augusto Mariano, onde estão matriculadas (no pré-escolar) 60 crianças, sendo que 40 crianças estudam no horário matutino e 20 no vespertino.

39 alunos estudam em outras unidades escolares, são alunos do 1º período a 8ª série.

Famílias com sérios problemas de saúde

  Crianças e idosos já apresentam doenças de pele e mal-estar. “Nossos filhos e idosos estão doentes e isso não é culpa nossa, só pensam em nos retirar daqui e não em resolver a situação. Já houve criança aqui que teve que ser atendida em urgência com quadro de infecção e doença de pele”,

Elizabete Paulino Brito, 27 anos, paralisia cerebral, José Anastácio, 60 anos,                                 coluna, Aderaldo Demétrio, 75 anos, hipertensão, Meire Costa, 30 anos, cadeirante, Maria Florida, 63 anos, problemas na pele, rins e coluna, no acampamento tem um casal de cegos.

MTST intensificar sensibilização

 

Uma comissão do movimento dos trabalhadores sem teto de Roraima-MTST/RR, juntamente com o consultor, Ricardo Matos e o advogado, Marcio Patrick, iniciaram mais uma rodada de sensibilização e decisão com a SPU, Prefeitura Municipal de Boa Vista e o Governo do Estado.  De acordo com a presidente do MTST, Maria Ferraz “O que for preciso fazer para reverter essa situação vamos fazer, temos que buscar soluções. Não podemos deixar essas famílias largadas’ disse Ferraz, que sugeriu uma força tarefa com a SPU, o município e o Governo do Estado. “Se for favorável a reintegração de posse, pra onde vamos” alertou Ferraz.

A defesa

  O advogado do MTST, Marcio Patrick, corre contra o tempo e na tarde desta terça-feira (30), serão apresentadas com o presente Agravo de Instrumento, atribuindo-se imediatamente efeito suspensivo ativo à decisão agravada, pelos motivos adiante expostos, ou o prazo maior para que as famílias não sejam de retiradas a força. Enquanto não sai a decisão do pedido as famílias estão aflitas e fazem vigília.

Na justiça

  Ação de despejo é cabível quando há alguém morando ilegalmente em residência que pertence ao autor. A ação de reintegração de posse sucede a ação de despejo.

De acordo com a assessoria jurídica do MTST, os transmite do processo aconteceu sem a presença da defesa e do MTST/RR, apesar de um mandado de intimação de audiência, ter sido assinado por uma pessoa que não faz parte da ação e nem do MTST, de nome, Maria Alves Araújo.

Os nomes que constam no processo é do senhor, James Rocha, Jose Arnaldo (vulgo J) e dona Maria Alves Ferraz, todos alegam que não foram intimados.

Este processo de reintegração de posse pedido por, Dori empreendimentos imobiliários Ltda. vêm se arrastando desde 2011.

Ascom/MTST/RR/fotos;Yan Renato.