Titular da Secretaria de Políticas para Mulheres vê o protagonismo da mulher mais forte no Brasil
O Brasil vive um novo momento no que se refere às políticas públicas voltadas para as mulheres, mas a igualdade de direitos ainda é uma longa estrada para ser percorrida. A constatação é da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, que destaca o maior número de ações governamentais na busca de assegurar uma verdadeira igualdade de gênero no País.
Em entrevista exclusiva, por email, a ministra respondeu algumas perguntas encaminhadas por O Liberal, e afimou que as mulheres brasileiras têm muito o que comemorar nesse dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Confira a entrevista:
Quais os principais avanços nas políticas de atenção às mulheres que merecem ser comemoradas nesse dia 8 de março? Sobretudo, para as mulheres da região Norte?
No mês de março, que é o Mês Internacional Dedicado às Mulheres, nós, mulheres brasileiras temos muito a comemorar e temos o porquê celebrar. E vou dizer pra você: nós somos mais de 50% da população e somos mães da outra metade e até um tempo atrás, o nosso protagonismo era muito invisível e agora ele é muito forte. Ele está em todas as áreas.
Porque, nós mulheres, somos fortes, guerreiras e determinadas. E é isso que faz, fez e fará com o que o nosso governo tenha políticas fortes para a consolidação de todos os direitos das mulheres. Dentre os programas, destaco primeiro um forte programa consolidado de enfrentamento à violência contra as mulheres, seja doméstica ou sexual. É o Programa Mulher Viver Sem Violência.
Ele possibilitou o acesso de todas as mulheres brasileiras urbanas, do campo, das florestas, das águas aos serviços de enfrentamento à violência. Até porque nós temos a Lei Maria da Penha, que é uma lei de Estado que sem dúvida nenhuma hoje, todas as brasileiras e brasileiros podem ter o orgulho de dizer “o nosso programa é um programa de Estado, é um programa forte.
E eu não poderia deixar de falar no Disk 180, que está aberto 24 horas por dia para receber denúncias de violência contra as mulheres anônimas ou não. E nesta época de Copa, da Copa das Copas que eu tenho certeza que será, o 180 será muito importante. Não esqueçam de ligar para o 180 se necessário for, ele estará aberto esperando a sua ligação.
O mercado de trabalho ainda é muito cruel com as trabalhadoras. Apesar de ocupar funções que até pouco tempo era exclusiva dos homens, elas ainda recebem bem menos do que os homens recebem para exercer as mesmas funções. Como reverter esse quadro?
Na área da autonomia econômica, do emprego e renda, nós temos muitíssimo a comemorar. Nós últimos três anos do governo da presidenta Dilma os empregos aumentaram para 4,98 milhões. Destes, 2,43 milhões de mulheres, ocupados por nós mulheres. E sabe aonde elas estão? Por áreas até então ocupadas por homens, construção civil, metalurgia, mecânica, informática e tantas outras.
Na área da educação temos muito também, temos editais que induzem a participação das mulheres em áreas tecnológicas, exatas e temos editais com a perspectiva de gênero que fortalecem a inclusão nos currículos da perspectiva de gênero. Estendo esse avanço à área de saúde. nos últimos vinte anos, a saúde integral da mulher muito avançou, a morte materna é um exemplo disso, ela reduziu em 50%.
Se hoje as mulheres ocupam espaços jamais imaginados no mercado de trabalho, o mesmo não se pode falar dentro da política, onde é cada vez menor a participação feminina. Qual a sua opinião sobre essa falta de representação política?
Na política temos muito a conquistar ainda. Mesmo que o Brasil tenha a primeira mulher presidenta da República, no parlamento a nossa participação é muito pequena em relação a todo o nosso protagonismo. Portanto, eu convido todas as mulheres a terem coragem, a entrarem para a política, filiarem-se aos partidos políticos, candidatarem-se, exigirem nos seus partidos que a lista seja um homem e uma mulher. Porque eu tenho certeza que nós mulheres na política faremos a diferença como temos feito.
Por isso, chamo minhas queridas amigas companheiras brasileiras, que venham comigo, venham conosco celebrar o dia das mulheres, o nosso dia. Onde você estiver, no seu trabalho, na sua casa, na sua família, na rua, onde você estiver, celebre o mês de Março. Mas não esqueça nunca que há uma estrada longa para percorremos e eu tenho certeza que percorreremos!