“O projeto vai ajuda a resgatar a autoestima dos presos por meio de valores éticos, moral, disciplina e trabalho, possibilitando oportunidade de reinserção no mercado”, diz o idealizador do projeto.
O secretário de Estado da Segurança do Piauí, Fábio Abreu, se reuniu nesta terça-feira (4/07), com o idealizador do projeto “Andando sobre rodas e praticando a cidadania”, o jornalista e publicitário, Rogério Ribeiro.
O projeto “Andando sobre rodas e praticando a cidadania”- (ASROPRACI) que dispõe sobre a destinação de bicicletas apreendidas pelas Policias Civil e Militar do Estado do Piauí, para produção e comercialização de equipamentos hospitalares e para Pessoas com Deficiência.
De acordo com o idealizador do projeto a importância de qualificar os presos e os egressos afasta-os da ociosidade, reduzindo suas penas e oferecendo uma possibilidade de reinserção na sociedade e no mercado de trabalho, após o cumprimento de suas penas. “Esse é um momento ímpar para o sistema prisional do estado do Piauí, pois podemos expor nosso projeto e experiência para autoridades”, pontuou Rogério Ribeiro.
Para o secretário Fábio Abreu, o projeto é muito interessante porque uma das principais dificuldades enfrentadas por presos do sistema prisional é a falta de oportunidades de emprego, “Posteriormente contribuirá para a reintegração dos presos à sociedade” disse o secretário que acrescentou “Vamos apoia o projeto e apresenta para o secretário de Justiça, Daniel Oliveira” lembrou Fábio Abreu.
Remissão
A possibilidade de remissão de pena dos reeducandos que participarem do projeto, na proporção de um dia a menos na pena a cumprir a cada três dias trabalhados.
Equipamentos
Cadeira de rodas, macas, andadores para deficientes e idosos e proteções laterais para camas hospitalares, serão produzidos com sucatas de bicicletas apreendidas pela polícia que não foram procuradas e nem interessam mais a processos judiciais.
Justificativa
Nas delegacias do Estado do Piauí existe grande número de bicicletas abandonadas, e que serviria para atender o projeto, além do que estaríamos com isto ocupando o tempo ocioso destes detentos que, enfim estariam tendo uma atividade e ao mesmo tempo uma redução respectiva ao tempo trabalhado em sua pena.
Ressalta ainda Rogério Ribeiro, que os equipamentos produzidos neste projeto, ou seja, as cadeiras e as macas fabricadas pelos reeducandos serão destinadas para as entidades como a APAE, unidades de acolhimento institucional de longa permanência, hospitais e unidades de saúde, além de atender a secretária de saúde, atendendo às necessidades dessas instituições.
Perfil da População Carcerária Teresina
De acordo com o Mapeamento do Perfil da População Carcerária da Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina – levantamento encomendado pela Secretaria de Justiça do Piauí em 2015 –, pelo menos 50,9% dos presos são analfabetos, analfabetos funcionais ou têm ensino fundamental incompleto.
O levantamento aponta que 11,6% dos presos têm ensino fundamental completo; 9,2% têm ensino médio incompleto e somente 6,4% concluíram essa etapa educacional. O percentual é ainda menor quando se trata de presos com ensino superior: só 1,6% do total de presos passaram por uma universidade ou faculdade.
Em outro levantamento, feito pelo juiz da Vara de Execuções Penais de Teresina, José Vidal de Freitas, 90% dos egressos do sistema prisional não reincidem criminalmente. Porém, a maioria dos presos reclama de falta de oportunidades para conseguir emprego e atribuem tal problema ao preconceito. A pesquisa foi realizada neste ano.
Autor: Rogério Ribeiro/Fotos/RR
