Famílias das ocupações: Sem barracos e desabrigados

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Em condições precárias alguns deficientes físicos, crianças, adultos e idosos estão ao relento.

A chuva da madrugada desta quinta-feira (7) tirou o sono das famílias que moram há cinco meses em áreas públicas de Iguatu.

Com a água da chuva invadindo os barracos, os moradores tiveram de improvisar baldes para impedir que os colchões, mantimentos, roupas e eletrodomésticos fossem alagados, mesmo com tanto esforço muitas famílias não conseguiram evita os estragos e as perdas. .

A equipe da Rádio Jornal Centro Sul, através do jornalista Rogério Ribeiro e do Repórter Fábio Martins percorreram em todas as seis ocupações em vários bairros de Iguatu, na manhã desta quinta-feira (7), onde os moradores se mostravam preocupados e assustados com a situação.

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O drama

Não deu tempo de salvar quase nada. Em poucos minutos, tudo virou uma lagoa e poças d’água, disse dona Zuila.

As ocupações dos bairros Altiplano e Filadélfia foram as mais atingidas, a dona de casa Aline Silva, mora em um barraco na ocupação da Filadélfia com seu marido e nove crianças entre filhos e netos, ela conta desesperada, “A enxurrada invadiu os barracos, no meu barraco molhou o pouco que temos”, diz. Ela pede doação de roupas, cestas básicas, colchões a toda sociedade.

Uma das coordenadoras, Maria Adelaide Silva, explica que os barracos não tem estrutura para aguenta chuva, “os barracos são feitos de madeiras cobertos por lonas e lenços. A água invade, entrando por baixo das portas, por cima e pelos corredores. Tem poucas coisas que a gente consegue recuperar, mas têm outras que a gente perde” explicou Adelaide.

“Quando chove a gente já se prepara para ficar com tudo molhado e tem que dar um jeito de não perder as coisas”, contou dona Luiza Maria.

O desespero e o drama vive também, dona Maria de Jesus, do Altiplano, deficiente de um braço, com um balde não mão tenta vencer a chuva tirando a água de dentro do barraco onde mora com a filha e três netos.

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Entenda

Cerca de mil famílias que estão ocupando seis ocupações, fizeram um novo cadastro junto à prefeitura municipal de Iguatu, através dos Cras com a promessa de que a prefeitura irá fazer as doações dos terrenos para as famílias, porem a cerca de cinco meses e ainda a referida doação não aconteceu, segundo o secretário de gestão e planejamento, Laelton Alencar, a prefeitura espera o aval do ministério Público para manda o projeto de doação para a Câmara de vereadores.

Divergências

Não se faz casa do dia para a noite, sem conta com a burocracia para a implantação de projeto habitacional, o ideal séria que a prefeitura, implante o projeto aluguel social para essas famílias.

Qual projeto vai ser implantado?

Como vai ser a desocupação das famílias?

Elas vão fazer barracos improvisados, enquanto aguardam o projeto habitacional?

Aluguel social

A Lei Orgânica da Assistência Social prevê a possibilidade de criação de benefícios eventuais para atender necessidades advindas de vulnerabilidade temporária e calamidade pública.

O aluguel social constitui manifestação da dimensão positiva do direito à moradia, íntima e indissociavel do princípio da dignidade da pessoa humana.

 Autor: Rogério Ribeiro/Fotos: Fábio Martins