“Esmola, quem pede é a criança, quem recebe é o adulto”.
Não há dados precisos sobre o número de crianças e adolescentes colocados por adultos para pedir esmolas nas ruas de Iguatu. Quem dá esmola incentiva à exploração, por trás de uma criança que pede tem sempre um adulto que manda.
Em alguns bairros da cidade mesmo que timidamente encontramos crianças nas ruas e nas casas, pedindo dinheiro ou alimentos, elas passam o dia longe de casa e não raramente deixam de ir à escola, sob a conivência dos pais ou de adultos interessados em mantê-los nas ruas.
Na manhã desta quarta-feira (27), por das 10h, na rua 2, bairro Fomento, flagramos uma criança que aparentava ter 10 anos, carregando um bebê no colo, batendo nas portas das casas pedindo esmolas, a mãe das crianças em cima de uma bicicleta acompanhava tudo na esquina da rua, só esperando para obter alguma renda às custas das crianças.
As pessoas, a sociedade, precisam saber o quanto esse ato de solidariedade, normalmente feito de uma forma rápida, pontual, e impensada, prejudica a criança e o adolescente, porque ele só mantém o ciclo de pobreza dessa família.
Programas sociais deve ser prioridade
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que sejam adotadas medidas pedagógicas e de inserção em programas sociais meninos e meninas em situação de risco sob a conivência dos pais, como por exemplo quando são colocados no trabalho para contribuir com a renda doméstica.
Art. 4° – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público, assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Autor/Fotos: Rogério Ribeiro