A luta pela moradia é saída para pessoas que sofrem com a constante elevação das taxas de inflação no preço dos aluguéis e dos imóveis, aliado ao aumento do desemprego e das oportunidades.
A dimensão do problema da moradia em Iguatu com cerca de 100 mil habitantes fica clara com as recém-ocupações nos últimos dias. A falta de moradia e o peso do aluguel sobre os ganhos da família são problemas cotidianos para os habitantes de Iguatu e do país, especialmente para a parcela mais pobre da população.
E, enquanto para parte dos trabalhadores (as) o direito à moradia é mera letra morta na legislação brasileira, à especulação imobiliária ou o puro interesse privado deixam terrenos e prédios vazios, inutilizados, no centro e na periferia das cidades.
O Comando de greve dos servidores municipais de Iguatu, somado a demais servidores mais uma vez estiveram no acampamento para ser solidário as famílias, na manhã desta quarta feira (19/08) e parabenizar pela conquista, e reforçar que através da organização e a resistência na luta por moradia vem às conquistas por direitos. “Nosso objetivo aqui é manter o principio de solidariedade pelas nossas lutas e o desejo que vocês resistam, porque ainda há um longo caminho pela frente” explicou Rita Clares do Comando de Greve.
Os grevistas também estão se mobilizando para arrecadar donativos para as famílias da ocupação, os servidores que quiserem doar, deixar até o final da semana suas doações na Sede do SPUME ou no SindGuardas.
Sensibilidade
Solicitamos que os governos federal, estadual e municipal se sensibilizem com a situação das famílias e com a maior brevidade atendam suas reivindicações, assim como garantam que as negociações com o movimento aconteçam sem nenhum tipo de violência.
Prefeitura promete
Segundo um dos representantes das famílias, Antônio Alves da Silva (Café) houve uma negociação com a prefeitura, alguns Vereadores com o intermédio de Padre Anastácio, os Irmãos Maristas, e as famílias onde ficou acordado que o Prefeito disponibilizaria num prazo de duas semanas, um terreno para construção de casas que às famílias da Ocupação das Margaridas*, irá angariar através da Secretaria das Cidades do estado, através do Projeto Minha Casa Minha Vida do Governo Federal. “Nós só sairemos daqui se for para o terreno que a prefeitura disponibilizar”, “foi feito um pedido de imediato que se providenciasse lona, agua, cestas básicas, banheiro químico pra dispor o mínimo pras nós”, explicou Café. As 150 famílias estão sendo cadastradas pelo CRAS do Território para o fornecimento de benefícios eventuais.
* Título que ficou denominado por eles, pelo período conciliar com a Marcha das Margaridas em Brasília, referenciando o movimento iniciado pelas 7 mulheres que começaram a ocupação há 22 dias no João Paulo II .
O chamamento público
Foi por causa da organização popular que a moradia se tornou um direito constitucional na década de 1980, e é a força desses movimentos que impulsiona a concretização desse direito. Deles fazem parte não apenas quem precisa de moradia, mas todos que lutam por uma sociedade mais justa.
Desde 1984, por todo o pais, multiplicavam-se os movimentos pela moradia, o que apontava no país a progressiva ampliação e diversidade de organizações populares que contavam com o apoio de lideres populares, interlocutores políticos e da igreja católica. Em Iguatu, como não poderia ser diferente recebeu o apoio da Igreja católica, de movimentos sociais, e pessoas sensíveis a causa dessas famílias, que acordam para busca de seus direitos. Outro ponto do movimento que precisa ser destacado é o fato de que, nesse processo, muitas bandeiras de luta foram agregadas às mobilizações e uma formação das lideranças populares que faz com que o movimento enxergue além da luta por moradia, abarcando tudo que envolva a cidadania na região.
A edificação
Vive uma profunda transformação: de uma área abandonada há dois anos, passou a espaço de moradia para centenas de pessoas. Os primeiros dias foram em baixo de lona, barracos improvisados, mas que já abrigavam famílias inteiras, inclusive crianças e idosos. Passado 15 dias, as moradias avançaram para madeirite, tábua e coberturas que protegem melhor da poeira, vento e frio. O local não tem água e nem energia elétrica, a vizinhança é solidário com os ocupantes e fornece agua, a noite as fogueiras, o candeeiro e as velas se transformam em luz, o matagal se torna banheiro ecológico.
Ocupações em Iguatu
Hoje dia (19/08), completa 22 (vinte e dois) dias que duas ocupações simultaneamente foram fixada nos bairros João Paulo II e no Areias, sendo um com 150 famílias acampada numa área pública destina a uma guarda poliesportiva, porem essa áreas segundo os ocupantes esta a dois anos parada, só com a construção do muro e o outra com cerca de 60 famílias , numa área enfrente a Academia de Saúde que ainda não esta funcionando só tem a edificação.
Posto de Coleta
Quem quiser se solidarizar através de doações, entregar na Escola Marista que é o posto de coleta desses donativos, as famílias precisam de Lona, Água, Alimentos, Roupas Colchões e Lençóis.
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Autor: Rogério Ribeiro/Fotos: Renata Célia.