Dois meses de greve e Nada! Nada! Nada de acordo em Iguatu

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Apresentação artista, panfletagem, discursos, palavras de ordem e um delicioso café da manhã, regado a sucos, bolos, e caldos, marcaram dois meses de greve dos servidores municipal de Iguatu-Ce, na manhã desta terça-feira (11/08), na Praça da CEF, no centro da cidade.

A greve dos servidores públicos municipais de Iguatu, completou dois meses, e continua por tempo indeterminado. Segundo o comando de greve, os servidores recusaram a proposta definitiva da prefeitura, (insalubridade), de percentual de 5%, 10% e 20%, o percentual reivindicado é de 10%, 20% e 30%. Eles cobram uma nova rodada de negociação e uma mediação com o MPT/CE e a Igreja católica, através do Bispo de Iguatu, Dom Edson Castro, que recentemente recebeu uma comissão de greve e na ocasião colocando a disposição para uma mediação com o prefeito.  O Poder Executivo ainda não marcou nova data de negociação com os grevistas.

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Em discurso representantes de vários sindicatos do comando de greve, foram unanime nas suas falas, “Nós não somos servidores pra fazer greve, somos servidores que lutamos pelos nossos direitos, somos servidores compromissados com os serviços públicos. O prefeito Aderilo Alcântara, vem nos seus meios de comunicação dizendo que recebe o comando de greve, recebe é uma coisa, dialoga é outra e atender é outra ainda” lembraram.

Outros trechos na tribuna CG

“O prefeito esta atropelando nossos direitos”

“Essa Luta é nossa, essa luta é do povo.  É só lutando que constroi um Iguatu Novo”

“Os patrões querem separar as categorias”

“A nossa greve dos servidores municipais vão fica na historia de Iguatu”

“Negocia prefeito! Respeite os nossos direitos”!

“ Aqui ninguém se rende!!! Aqui ninguém se rende”!!

Famílias da ocupação do João Paulo

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Uma comissão das famílias que ocupam uma área pública no bairro João Paulo II, participaram do ato, as donas de casa Rosana Ferreira Sousa e Cícera Maria, usaram a tribuna do Comando de Greve-CG, onde destacaram que muitos andam falando mal das famílias, qualificando as famílias como: ciganos, vagabundos e desocupados, “hoje somos 120 famílias que estamos naquela área, são mães com sete filhos, idosos e crianças, muitos estão desempregados, com tudo isso não tem condições de paga aluguel, estamos lutando pelos nossos direitos por moradias, não fazermos parte de partido político nenhum” contou Rosana, para Cícera Maria,” Os políticos prometem tudo, quando chega as eleições até nossas crianças eles colocam no colo, agora neste momento tão difícil que estamos passando eles não resolvem nada, não fazermos parte de partido político, quero também convida a essas pessoas que andam falando das famílias que estão acampadas no João Paulo II, vão fazer uma visita pra nós, antes de fica falando da gente” desabafou Cícera.

Déficit habitacional de Iguatu

Na oportunidade um dos coordenadores estaduais do MTST/RR, Rogério Ribeiro, lembrou do déficit habitacional de Iguatu, hoje em torno de 12 a 14 mil, e tem 7 (sete) mil cadastro, para uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, esses dados são alarmantes, “ Informamos esses dados para a coordenação estadual do MTST/CE, para os coordenadores, Francisco Dorismar, Sérgio Freitas e Roger Monteiro, além da coordenadora nacional, Maria Ferraz e o Professor Adalberto, onde de imediato a coordenação local estão viabilizando em logo uma reunião com os movimentos sócias, religiosos e sindicatos, para juntos construímos verdadeiras políticas públicas habitacional em Iguatu, e implantar um núcleo do movimento. A situação dessas famílias que ocuparam uma área no bairro João Paulo II é preocupante e séria. Neste o momento as picuinhas, as vaidades e os interesses políticos devem fica de fora, a essência é resolver a situação dessas famílias e do déficit habitacional, em um grandioso ato democrático, quero também deixa registrado o excelente papel da igreja católica neste processo” explicou Ribeiro.

Conceito de Greve 

A greve é um ato social que ocorre a partir do momento em que o Estado deixa de cumprir a sua obrigação de pacificador social. É um fenômeno que existe em decorrência das forças invisíveis de coerção social. Por este motivo, muitos juristas entendem que não é possível alçá-la a um direito.

Autor: Rogério Ribeiro/Fotos: Renata Célia