DGH esclarece quatro casos de homicídios com prisão de policial

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O delegado Geral de Homicídios (DGH), Juracy Ribeiro da Rocha, informou na manhã desta terça-feira, 30, que quatro casos de homicídios ocorridos em Boa Vista e um de tentativa de homicídio, foram esclarecidos. A autoria está sendo atribuído ao soldado da Polícia Militar, Gilson Viana Gomes. Ele vem sendo investigado há sete meses quando foi reconhecido como autor da tentativa de homicídio contra Antonio Araújo Costa Júnior, apelidado de “Júnior Gordo” 24, atingido a tiros, por volta de 1 hora da madrugada de 12 de dezembro de 2012. A vítima reconheceu o atirador e, repassou os dados à equipe da DGH, com características do veículo utilizado para transportá-lo. Na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2013, ocorreu uma sequência de homicídios em Boa Vista. O primeiro, tendo como vítima Clemilson Gomes Bezerra Neto, 27. O fato ocorreu às 2 horas da madrugada, na Rua Francisco Custódio de Andrade, no bairro Asa Branca, próximo a uma praça. Aproximadamente 40 minutos depois foram mortos, também a tiros Antonildo de Oliveira Vieira e Maycon de Sousa de Jesus. O crime aconteceu na Rua Milton Maduro, no bairro Alvorada. Em seguida, foi morto José Ribamar Dias, 39. O crime aconteceu na Rua S-8, no bairro Senador Hélio Campos. O delegado disse que chamou a atenção, o fato de que em todos os crimes o autor utilizou arma de fogo, usava motocicleta e os casos foram sequenciados. “Começamos a observar que dois destes crimes, figurando como vítimas Clemilson Neto e o José de Ribamar, as características do atirador e da motocicleta utilizada para dar a fuga eram as mesmas. No caso do Maycon e do Antonildo, a motocicleta era outra, mas as características do atirador coincidiam com o perfil do mesmo autor dos crimes anteriores”, disse o delegado. Juracy Rocha disse que como Gilson Viana já estava sendo investigado e, os detalhes que a DGH tinham a seu respeito, cruzados com as características do autor dos quatro homicídios, apontaram a autoria a ele. “Conseguimos descobrir que a motocicleta Biz vermelha utilizada no crime era de sua esposa. Então ele vinha sendo monitorado, fotografado, filmado, entre outros recursos investigatórios. Chegamos a um ponto da investigação em que não tínhamos mais dúvidas quanto à autoria destes crimes”, disse o delegado. Ultimamente, informou o delegado, devido a uma desavença de Viana com um colega de trabalho, que foi vítima de ameaças, foi representada por sua prisão, para evitar que outra tragédia ocorra. “Levei a representação em mãos à juíza e ao MP e no dia seguinte a prisão havia sido decretada”, disse. O delegado observou que todas as vítimas tinham envolvimento com drogas (usuários). ARMA – O delegado investiga o uso da arma pessoal de Gilson Viana em outro crime de homicídio. O caso ocorreu no dia 7 de julho de 2013, no bairro Asa Branca, tendo como vítima Afrânio Pereira de Alencar. O Autor do crime, que não é o Viana foi preso dois dias depois, em flagrante, por porte ilegal de armas e ameaças contra a própria irmã e, para surpresa, o revólver apreendido como ele pertence ao soldado. A arma está sendo submetida a exame pericial no Instituto de Criminalística. “Ele nos procurou na DGH para informar que essa arma havia sido furtada, mas o caso está sendo investigado”, disse. A PRISÃO – O mandado de prisão contra Gilson Viana foi decretado no dia 26 de julho e, para o delegado, ele se encontrava na condição de foragido. “Ontem à noite recebi uma ligação de um oficial da PM informando que Viana estava preso e se encontrava no HGR e nesta manhã ele foi apresentado pela PM na DGH”, disse. Ao ser interrogado, segundo o delegado, Gilson Viana disse que não tinha nenhuma condição de responder qualquer tipo de pergunta, em virtude do seu estado emocional e psicológico. Disse também que havia um atestado psiquiátrico junto do Comando da PM, e que posteriormente entregaria na Delegacia. “O silêncio do investigado não faz nenhum diferença para a investigação, visto que existem provas contundentes contra ele”, disse.