“Ainda falta muito para sermos iguais perante a lei” diz Ribeiro
A II Caminhada pela paz em defesa da liberdade religiosa, promovida pela Asuaer, pregou tolerância e respeito.
Um ato público, cultural e uma caminhada marcaram o combate ao racismo, machismo e à intolerância religiosa.
Entre o público, os praticantes de diversas crenças e religiões se misturavam. É o caso de Francimar Leal. “Já fui espírita, de umbanda, hoje sou evangélico. Acho que a gente não deve ter nada contra religião nenhuma”, disse.
“Eu nunca vi gente dessas religiões. Só ouvimos falar, mas não sabemos bem como são. Esta foi uma oportunidade para conhecê-las, saber no que acreditam e como praticam sua fé” disse, a católica e estudante, Katia Cilene, 19 anos.
Participando pela primeira vez com os jaguares do Templo Vale do Amanhecer de Boa Vista defenderam “A convivência com praticantes de outras religiões como forma de combater o preconceito” disseram.
De acordo com o mestre doutrinador, do Templo Vale do Amanhecer de Boa Vista, Rogério Ribeiro, que qualificou com uma “praga maldita” = preconceito e a discriminação. “Temos que fixar nas pessoas o respeito: com as crianças, os idosos, o meio ambiente, os índios enfim a intolerância religiosa. O que eu vejo é um fanatismo cruel que muitas das vezes gera morte de muitas pessoas por conta da simples e tosca convicção de que o bem sagrado é privilégio de uma única religião”. Ele considera inadmissível que uma crença demonize as demais.
Para o Trino doutrinador, Daniel Miller “Uma coisa que tem crescido no Brasil é a ideia fascista de que só tem um caminho. Isso vem interferindo na educação e no mercado de trabalho, por exemplo, porque excluir pessoas de oportunidades de empregos com base na opção religiosa” explicou Miller.
O Zodunse de Culto Afro, Alberto Jorge. “O culto do candomblé e umbanda é associado ainda com ações diabólicas por pessoas que não têm conhecimento acerca dessas religiões e estão embasadas em ideias preconceituosas e sem fundamentos”, argumentou, que destacou o foco da II caminhada pela paz, é a implementação do Estatuto da Igualdade Racial no Estado de Roraima, na oportunidade o Zodunse conversou com o deputado estadual Ivo Som (PTN), que se comprometeu em apresentar a posta para a implantação do conselho. Além de cobrar políticas públicas para combater a discriminação e a intolerância religiosa.
A presidente da Asuaer, Claudia Furtado qualificou como positiva a II caminhada pela paz em defesa da liberdade religiosa, que teve como objetivo de sensibilizar a sociedade para a importância da intolerância religiosa.
Show cultural religioso
Uma mistura de ritmos também marcou a II caminhada pela paz, ao som da banda nativa que pela primeira vez apresentou com os tambores do candomblé uma percussão perfeita, o cantor Hallysson Cristian, que cantou lindas canções, o cantor gospel, Luiz D’Meciany com sua voz forte encantou o publico presente, jovens subiram no trio e também deram seu recado através da musica. .
Atitudes agressivas
O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis.
Tratamento igualitário
Muitas mudanças ocorreram até 1988, quando a Constituição federal passou a garantir o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças.
O texto constitucional estabelece que a liberdade de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos. Determina ainda que os locais de culto e as liturgias sejam protegidos por lei.
Já a Lei 9.459, de 1997.
Considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. Ninguém pode ser discriminado em razão de credo religioso. O crime de discriminação religiosa é inafiançável (o acusado não pode pagar fiança para responder em liberdade) e imprescritível (o acusado pode ser punido a qualquer tempo).
A pena
A pena prevista é a prisão por um a três anos e multa.
Intolerância religiosa
A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana.
O agressor costuma usar palavras agressivas ao se referir ao grupo religioso atacado e aos elementos, deuses e hábitos da religião. Há casos em que o agressor desmoraliza símbolos religiosos, destruindo imagens, roupas e objetos ritualísticos. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode incluir violência física e se tornar uma perseguição.
Crítica não é o mesmo que intolerância
O direito de criticar encaminhamentos e dogmas de uma religião, desde que isso seja feito sem desrespeito ou ódio, é assegurado pelas liberdades de opinião e expressão. Mas, no acesso ao trabalho, à escola, à moradia, a órgãos públicos ou privados, não se admite tratamento diferente em função da crença ou religião. Isso também se aplica a transporte público, estabelecimentos comerciais e lugares públicos, como bancos, hospitais e restaurantes.
Presenças
Participaram da II Caminhada pela paz, em defesa da liberdade religiosa, a coordenação nacional do MTST/RR, Maria Ferraz, a coordenadora estadual a popular Teka, o Mister 3ª idade de Roraima, José Luiz, a estudante Jolly Pereira, o dirigente do sindicato dos trabalhadores na construção civil de Roraima, Dionísio Alves, Adriana Gomes e Neto Santos membros da CSP-Com Lutas.
Da Ascirr(Associação dos Ciganos de Roraima)/Fotos: Hisraufre Emiliano