Associação Cigana de Caucaia prepara cartografia e planeja ações para 2018.

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Entre as ações apontadas e a visibilidade da entidade perante o município, estado e a união.

 Aconteceu na manhã desta sexta-feira (15/12), no distrito de Catuana, em Caucaia, a primeira reunião ordinária após a assembleia de implantação da Associação de Preservação da Cultural Cigana de Caucaia, onde reuniu os membros de sua diretoria para discutirem ações e trabalhos.

Na pauta da reunião, foram contempladas: balanço financeiro mensal da associação; Identidade da ASPRECCC com analise cartográfica – Quem somos e onde estamos; Levantamento de Potencialidades do grupo; Levantamento dos prédios públicos fechados ou abandonados em Catuana para futuras parceiras; Possível participação no Fórum Social Mundial em Marco/2018 na cidade de Salvador-BA com produção de uma carta do povo cigano de Caucaia-Ce a ser apresentada junto ao evento.

Até hoje o povo de etnia cigana sofre por preconceito e perseguições que se arrastam há séculos. Nada mais óbvio que esconder sua real ancestralidade para evitar dissabores no dia a dia.

Análise construída

Na análise realizada e construída coletivamente a comunidade cigana se destaca na Cultura: mulheres botam baralho, lê mão, rezam em crianças e como religiosidades ainda apresentaram a frequente participação na Romaria de São Francisco, onde os ciganos costumavam seguir a cavalo até São Francisco de Canindé para pagar promessas.

Na Agricultura há o cultivo de arroz, feijão, milho, jerimum, macaxeira, maxixe, melancia, quiabo e horta. Na Economia se destaca a agricultura família, o trato com cavalos e gado, criação de animais (ovelha, porco, galinha) com presença forte do tradicional comércio (compra e venda). A arte se apresenta no artesanato em gesso, costuras, danças e vestimentas típicas da tradição cigana e na música há o predomínio do sertanejo cigano.

Ciganos comendo numa panela só.

Presença de comunidades

A associação também listou a presença de algumas comunidades cigana em todo o estado, pelo menos 12 com estimativa de mais comunidades, o próximo passo é: visitar, conhecer e catalogar tais comunidades e informar a existência delas junto ao estado em busca de políticas públicas para o povo cigano do Ceara.

Informes

Como informes tiveram algumas reclamações acerca do tratamento diferenciado e estereotipado dado ao povo cigano em alguns equipamentos do município, o que demonstra o preconceito e a marginalização como são tratados os que se auto afirmam povos dessa etnia. Exemplos como bullying nas escolas à crianças e adolescentes ciganos, dificuldade no atendimento no posto de saúde local a essa população; dificuldade de acesso a vaga de empregos pelo simples fato de ser cigano; ausência de políticas públicas de assistência social a comunidade mesmo sendo um público prioritário.

Falta de conhecimento

Muitas vezes tais fatos ocorrem devido à falta de conhecimento da existência da comunidade local, mas na sua grande maioria demonstra o reflexo da intolerância e o preconceito para com o povo de etnia cigana que carrega um ranço de marginalidade devido a uma herança preconceituosa e associada à criminalidade. O que distorce da realidade de um povo de cultura alegre e diversificada com tradições seculares de dança, comercio e misticismos (rezadeiras e benzedeiras, leitura de mão, baralho e tarô) muito presente.

De acordo com o presidente, o Calón Rogério Ribeiro “Até hoje o povo de etnia cigana sofre por preconceito e perseguições que se arrastam há séculos. Nada mais óbvio que esconder sua real ancestralidade para evitar dissabores no dia a dia”, destaca.

Encaminhamentos

Alguns encaminhamentos foram listados como solicitações junto aos órgãos, municipal, estadual e da união, além disso, foram apresentadas ações para maior visibilidade da associação a implantação de grupo de dança cigana com adolescentes da comunidade. Segundo o presidente Rogério Ribeiro “o objetivo é promover a cultura da dança cigana, dando visibilidade através das apresentações do grupo, bem como expandir para a população”, explicou.

Ofícios entregues

Foram entregue ofícios para o senador Pimentel, a deputada federal Luizianne Lins e o deputado estadual, Elmano de Freitas. A entidade pretende dar maior visibilidade cultural e lutar pelos direitos das famílias ciganas. Os parlamentares demonstraram interessem em apoiar as demandas apresentadas no documento.

 Autor/Fotos: Ascom/Aspreccc