A única certeza da vida é a morte: ICB faz ato ecumênico e fixar cruzes no local das mortes dos ciganos Alonso e Marcone

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A cruz é o sinal dos cristãos, é o sinal do Deus vivo. “Não danifiqueis a terra nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes” (Ap 7,3).

Na manhã deste sábado (27/03), o presidente do Instituto Cigano do Brasil e membro consultivo da Comissão da Igualdade Racial da OAB/CE, o cigano Rogério Ribeiro, acompanhado do pastor Domingos, do missionário Lucas Pimentel e do presidente do Conselho da Comunidade na Execução Penal, Erivaldo Vieira, realização um ato ecumênico em memoria dos ciganos Alonso Oliveira e Marcone Gama Oliveira (pai e filho).

Para o cigano Rogério Ribeiro, “Cada um vive o luto de uma maneira. Não há receita, não há antídoto, não há escapatória. Neste momento o ICB com esse gesto de saudade e amor presta essa rica homenagem aos ciganos Alonso e Marcone (pai e filho), o momento de dor é de evolução e a maior oportunidade de lidar com seus sentimentos” disse o presidente do ICB.

Quando morremos, é o momento em que se torna o dia da nossa passagem. Então, quando se coloca uma cruz no lugar que alguém morre, é porque contemplamos o mistério pascal de Cristo, o mistério da Salvação. “Quem foge da Cruz é o inimigo de Deus. Nós cristãos nos gloriamos na Cruz do Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Na sua pregação o pastor Domingos se lembrou da trajetória dos irmãos de igreja, “aqui Motivo de sentimento, a vida é uma trajetória que só Deus sabe onde vamos parar” disse o pastor que leu o salmo 90 e cantou o louvor 545.

Trecho do salmo 90: Senhor tu tens sido
Nosso refugio de geração em geração
Antes que os montes nascessem
Ou que tu formasses a terra
E o mundo, sim
De eternidade a Eternidade
Tu és Deus
Tu és Deus.

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Trecho do louvor 545: Deus enviou seu filho amado
Para perdoar, pra me salvar
Na cruz morreu por meus pecados
Mas ressurgiu e vivo com o pai está.

As mortes

Segundo testemunhas as mortes dos ciganos Alonso Oliveira e Marcone Gama Oliveira (pai e filho), pela policia aconteceu no dia 17 de dezembro de 2020, entre as 18h às 19h, no povoado  lajes, próximo à casa de farinha, município de Itabaianinha. Naquele inicio de noite estão marcados naquela humilde comunidade, um morador que não quis se identificar temendo represaria da policia informou que nunca tinha visto tanto carros na comunidade e região, além dos tiros, ele conta que no outro dia bem cedo foi até o local onde escutou os tiros, “Na estrada tinha duas poças de sangue e um pedação de pano melado de sangue” disse o morador ainda com muito medo, ele ainda destaca que a comunidade está temerosa.

Local onde os policiais mataram os ciganos Alonso e Marcone.

Autor/Fotos: Ascom ICB.