Comunidades terapêuticas podem se tornar instituições de utilidade pública
Como resultado da Audiência Pública que discutiu o tema “Dependência Química, realizada durante a sessão ordinária desta terça-feira,18, na Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV), ficou definido que será criada uma Comissão Especial com o objetivo de montar um projeto de lei para transformar Comunidades Terapêuticas (CT) em instituições de utilidade pública. A Comissão será composta por vereadores que serão nomeados a partir dos próximos dias. O foco, segundo o vereador Guarda Alexandre (PC do B), autor do requerimento que solicitou a Audiência Pública, é viabilizar mais recursos para as Comunidades que atuam no auxílio ao depende químico a partir da transformação delas em instituições de utilidade pública. O vereador solicitou ainda, durante a Audiência, que todos os diretores das Comunidades, presentes no evento, renunciem os documentos necessários e comprobatórios de funcionamento das unidades.
“O objetivo do trabalho, é que, com este projeto, as instituições possam ter mais possibilidades de conseguirem recursos oriundos do poder público. Nosso papel é ouvir as necessidades e buscar soluções”, disse o vereador.
O Guarda Alexandre chamou à atenção ainda para os números divulgados nacionalmente, onde 27 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com algum tipo de dependência química, o que representa quase 0,6% da população mundial.
O presidente da Casa Leo Rodrigues (PR), disse que discussões como esta são fundamentais para que se possa chegar a uma solução quanto a problemas graves, como é o caso da dependência química. “A Casa está de portas abertas para debates como este. A criação desta comissão é uma das alternativas para que possamos trabalhar para minimizar os danos causados pela dependência química”, destacou o presidente Leo Rodrigues.
Prefeitura trabalha na prevenção, afirma secretária
Representando a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, esteve presente na Audiência Pública a secretaria municipal de gestão social, Edileusa Barbosa Gomes. A secretária disse que a Prefeitura já atua no segmento, mas de forma preventiva. Segundo ela, crianças de 0 a 6 anos que estudam em escolas do município, recebem orientações preventivas quanto ao perigo das drogas.
A secretária disse ainda que a Prefeitura está trabalhando para retomar o projeto crescer, projeto este, que tem como foco atuar na prevenção da violência juvenil. “Ainda não temos data para que o projeto seja retomado, mas posso adiantar que ele virá como uma nova proposta e que irá atender da melhor maneira possível, os adolescentes e suas famílias”, garantiu a secretária.
Comunidades terapêuticas
O diretor da ‘Casa do Pai’, José Romildo, expressou preocupação durante o discurso, segundo ele é preciso atenção redobrada para o tema. Romildo afirmou que não é apenas um problema do dependente, mas sim de toda a família e principalmente do poder público.
Ele disse que recebe diariamente inúmeros telefonemas de pessoas solicitando apoio e internação na instituição, entretanto José Romildo explica que a Casa do Pai tem capacidade para atender apenas 18 pessoas. “Estou com uma lista de mais de 100 pessoas a espera de vagas, atualmente recebemos a benção da doação de um terreno, que nos foi doado por um médico de Brasília. Agora, vamos correr em busca de recursos para construir uma extensão da Casa Pai para que possamos atender mais pessoas”, disse o diretor da Casa terapêutica.
Também presente na Audiência, estava o Pastor Carlos, diretor da Casa Agapão (amor imensurável de deus em ação), o Pastor iniciou a fala dizendo que as Comunidades Terapêuticas, fazem aquilo que estão ao seu alcance, pois os recursos são limitados e a ajuda do poder público até o momento é mínima.
“Autoridades, visitem as instituições para verificarem a realidade. Nossa equipe trabalha todos os dias para dar um bom atendimento aos que necessitam”, destacou o diretor da Agapão.
O representante do Movimento em Favor dos Dependentes Químicos, Darkson Correia Mota, também integrou a mesa dos debates. Ele, igualmente aos demais representantes de instituições que trabalham na defesa e recuperação do dependente químico, defendeu a ampliação de oportunidades e mais destinação de recursos para os trabalhos desenvolvidos nas Comunidades Terapêuticas.
Em nome da Fazenda Esperança, esteve presente no evento Edinilda Baú Sales. Edinilda reforçou as palavras dos oradores e disse que a criação da Comissão servirá para alavancar as discussões em torno das melhorias para que necessita de tratamento especial quando o assunto é dependência química.
Ascom/Câmara Municipal de Boa Vista
