Autoridades brasileiras e guianenses se reúnem para discutir segurança na fronteira

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Começou na manhã desta quinta-feira (23) a 3º reunião da Comissão Conjunta Brasil-Guiana de Cooperação Policial e Combate às Drogas. O encontro reúne autoridades dos governos federais do Brasil e da Guiana e do Governo de Roraima. A ministra da Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais (COCIT), Márcia Loureiro, chefia a delegação brasileira e coordenará os trabalhos durante toda esta quinta-feira e na sexta-feira (24).

Nestes dois dias, a segurança pública na fronteira terá destaque nas discussões. Outras duas edições da reunião ocorreram nos anos de 2007 e 2011 e o objetivo é discutir aspectos relativos à atuação dos dois países no enfrentamento aos ilícitos transnacionais e promover o intercâmbio de informações e o compartilhamento de boas práticas.

A ministra de Combate aos Ilícitos Transnacionais destacou que nos últimos anos houve avanços, mas que os desafios e as dificuldades ainda são grandes, devido à extensa faixa de fronteira entre os dois países. “Como houve o aumento no contato entre as duas populações, ocorreu igualmente incidência de ilícitos nessa região e é fundamental a participação das autoridades locais, pois somente com o conhecimento dessa realidade é que trocaremos experiências, informações e práticas eficientes para cooperação bilateral nesse assunto”, disse.

O chefe da delegação guianense, Seelall Persaud, ressaltou que os ilícitos transnacionais têm impacto negativo no desenvolvimento das relações entre as duas nações e a responsabilidade pelo combate a esses crimes deve ser compartilhada. “Desde a primeira reunião, não só a troca de informações tem crescido, mas também o trabalho conjunto de investigação, envolvendo agentes da força de segurança do Brasil e da Guiana”, disse, ao comentar que através de ação com a Polícia Federal brasileira conseguiram investigar e prender criminosos envolvidos com o tráfico de pessoas.

O governador José de Anchieta afirmou que a integração Brasil/Guiana é fortalecida com as discussões e a celebração de acordos bilaterais e que Roraima tem defendido no Itamaraty o fortalecimento desse intercâmbio. “Nossos esforços envolvem o desenvolvimento das políticas de relações exteriores nas mais variadas áreas, pois o estado tem uma posição estratégica nessa relação e buscamos ações concretas para enfrentar problemas pontuais, como é combate de ilícitos na faixa de fronteira”, destacou.

 

Na reunião, as autoridades discutirão temas relativos à cooperação bilateral no enfrentamento ao tráfico de drogas, de armas de fogo e de pessoas, programas de capacitação e treinamento e o fortalecimento da cooperação jurídica em matéria penal, com intuito de identificar possibilidades viáveis de aprofundamento da relação bilateral no setor de segurança pública. Nos dois dias, o evento está previsto para começar às 8 horas, com intervalo para o almoço, retorno às 14 horas e encerramento às 18 horas.

PARTICIPANTES – integram a comitiva brasileira a ministra-conselheira da Embaixada do Brasil em Georgetown, Sabine Nadja Popoff; o embaixador do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Paulo Fontoura; o diretor-geral de Inteligência da Senasp, André Fagundes; a oficial de inteligência da ABIN, Júlia Kilian, e o representante do Ministério das Relações Exteriores do Departamento de Cooperação Jurídica em matéria Penal, Rafael da Soler.

 

A comitiva guianense é composta pelo comissário-adjunto de Aplicação da Lei em Georgetown, Seelall Persaud, que chefia a delegação; Balram Persaud, comissário assistente da Força de Polícia da Guiana; James Singh, líder da alfândega Unidade Anti-Narcóticos; Jameel Baksh, do Escritório Fiscal das Regiões Integradas; Rawle Duke, oficial de Comércio Exterior e Tabitha Barnwell, oficial de Pesquisa.

Além das comitivas do Governo Federal e do Governo de Georgetown, participam o secretário de Segurança Pública, Francisco Sá Cavalcante, que coordenará a comitiva de Roraima, formada pelas polícias Civil e Militar e pelo Corpo de Bombeiro, o Exército, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o Ministério Público Federal e Estadual, a

Justiça Federal e Estadual e a Secretaria de Assuntos Internacionais.

Hanna Gonçalves/Secom/foto:France Telles