Movimento inicia segunda etapa do abaixo-assinado

1027

IMG_9765“Os usuários do transporte coletivo urbano de Boa Vista não podem pagar por má gestão”

Com o objetivo de dar início à nova fase de coleta de assinaturas do abaixo-assinado contra os aumentos abusivos das tarifas do transporte coletivo urbano de Boa Vista, o movimento deu o pontapé inicial na noite desta quinta-feira (16/01), atendendo o chamamento dos estudantes dos cursos de radiologia, técnico de nutrição, técnico de enfermagem e análises clinicas, do centro de educação técnico e especializado do estado de Roraima- Ceterr.

De acordo com um dos coordenadores do movimento, Rogério Ribeiro o movimento ganhou corpo e força, pois se trata de um movimento, autônomo e Anti-partidário e contra todos os aumentos abusivos na capital. “Temos uma das tarifas mais caras do Brasil e de menor trajeto. Queremos a revogação dos aumentos e uma audiência publica com a participação dos usuários para discutir o sistema do transporte de Boa Vista, que destacou a segunda etapa de coleta do abaixo-assinado, com usuários específicos, uma vez que a primeira etapa das 3 mil assinaturas, a maioria foram os usuários  assalariados, desempregados e pessoas solidarias, entre eles a classe das domésticas, diaristas e trabalhadores do comércio” explicou, acrescentando “Nesta etapa estamos atendendo o clamor dos estudantes dos cursos pré-vestibular, cursos técnicos, universitários, estudantes das redes públicas e privadas” destacou o líder.

Outro ponto, foi uma das argumentações da Emhur que alega que os aumentos das tarifas se deram devido ao longo prazo que o sistema de transporte da capital ficou sem reajuste, para Rogério Ribeiro a comunidade não pode pagar por má gestão e qualificou o reajuste como “Vergonhoso e absurdo”.  “É horrível termos que aceitar essa de desculpar e imposição” definiu Ribeiro e acrescentou que o movimento luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários e possíveis acordos políticos.

Para o estudante e um dos coordenadores do movimento, Rômulo Anderson.  “Estamos lutando pela redução nas passagens porque é um aumento abusivo.”

Para o presidente da associação dos moradores do bairro Jardim Tropical II, Francimar leal “só se pensa hoje na Copa do Mundo. E o povo morre de fome e nas portas dos hospitais, agora vem também esse aumento das tarifas na calada da noite uma vergonha”, ressaltou Francimar.

A estudante do curso de radiologia Hellem Cristina, “O valor é inconcebível, principalmente porque não está associado à melhor prestação de serviço. Os ônibus continuam quentes, sujos e falta demanda para vários bairros, entre eles Cruviana e Pérola”, contou.

Movimento cria corpo e força Com o lema “Atitude consciente, revisão das tarifas já!!!”

Com o clamor da população o movimento passa a se chama, Movimento contra todos os aumentos abusivos-MTCA/RR, contra tantos reajustes em serviços e produtos, em especial, os que pagam, tarifas do transporte coletivo, combustíveis e IPTU

Indignação e revolta

Para o servidor, Carlos Fonseca.  “Para a gente que ganha um salário mínimo, isso aí é uma covardia com o trabalhador.”

O estudante Carlos Vitor reclama que falta dinheiro para ele frequentar o curso pré-vestibular, pois o transporte compromete seu orçamento. “É quase impossível continuar estudando. Eu pego ônibus todos os dias para ir ao cursinho e já estou faltando há uma semana. Não está dando para continuar”, disse ele.

O brinde que a gente ganha é o aumento das passagens, disse a aluna Cristina Ferreira.

“Eu pego dois ônibus por dia. E já fui roubada dentro dos ônibus. Em uma das vezes chegaram a me ameaçar. Os ônibus não têm condições de funcionamento e muito menos segurança”, disse a estudante que não quis se identifica. “Os usuários vão de forma desumana lá dentro, todos apertados. Não considero este aumento justo”, destacou.

O  manifesto ganhou força após o aumento da tarifa de ônibus que hoje é de R$ 2,60. “Temos uma das tarifas mais caras do Brasil e ninguém reclama disso. Queremos a revogação do aumento e uma tarifa única para o transporte intermunicipal”, conta.

Valores das tarifas

A passagem dos ônibus urbanos de Boa Vista, subiu recentemente, de R$ 2,25 para R$ 2,60, um aumento de 15,56% já a tarifa do taxi-lotação teve maior percentual devido o aumento de R$ 2,50 para R$ 3,10 chegando a 24%  e quem utilizar o cartão Boa Vista Card o valor passou de R$ 2 reais para R$ 2,30 um aumento de 15%.

Propostas

Além da revisão tarifaria do transporte coletivo urbano de Boa Vista o MCTA/RR propõe que seja realizada uma audiência publica para discutir o sistema.

Uma das nossas lutas é pedir aos governos federal e estadual que subsidiem o transporte público para que seja possível praticar uma tarifa mais baixa;

Melhorias na distribuição de linhas e na qualidade do serviço oferecido;

A volta das estações de transferência; (A ideia é que beneficiem usuários que estão longe do destino para fazer a integração)

Desoneração dos tributos municipais, estaduais e federal que pesam sobre o setor de transporte público;

A privatização do serviço que deveria ser totalmente público;

Que as empresas instalem câmeras nos ônibus;

Regulamentar e aplicar a Lei de Diretrizes da Política de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012), no âmbito das três esferas de governo;

Elaboração imediata dos planos diretores e dos planos de mobilidade urbana por todos os municípios obrigados pela legislação, a serem construídos com a participação de representantes da sociedade civil organizada;

Subsídio ao serviço, a ser pago por meio de um fundo com recursos dos combustíveis, distribuído a Boa Vista de forma proporcional à população;

Criação do Fundo Municipal do Transporte Coletivo para subsidiar a tarifa;

Implementação do sistema de moto-taxi;

A criação do Conselho Municipal de Transportes;

Regulação dos horários;

Criar secretaria de transporte, mobilidade e trânsito.

O que propõe a resolução normativa do Conselho das Cidades:

1. Criar Plano Diretor e Plano de Mobilidade Urbana com participação social;

2. Investimentos em infraestrutura e nos sistemas de transporte público urbano;

3. Criar conselho de transporte;

4. Desoneração tributária;

5. Criar fundos de subvenção ao transporte público urbano.

O que propõe a resolução normativa do Conselho das Cidades:

1. Diminuir as tarifas pagas pelos usuários do transporte público em pelo menos 50%;

2. Criação dos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais de Desenvolvimento Urbano;

3. Aplicar os R$ 50 bilhões anunciados para o Pacto Nacional da Mobilidade Urbana na implantação de sistemas de transporte público e modais não motorizados, entre outros.

Entidades, Sindicatos e movimentos sociais que participaram da coletagens das assinaturas do abaixo-assinado contra o aumento abusivo das tarifas do transporte coletivo urbano de Boa Vista/RR.

Atenciosamente,

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de Roraima-MTST/RR, Associação de Preservação da Cultura Cigana de Roraima, Central de Mobilização Popular, Associação dos moradores do Jardim Tropical II, Associação de moradia digna, Associação dos moradores do residencial Cruviana, Associação dos moradores do bairro São Bento, Amigos do Bairro e conjunto Cambará, Sindicato dos trabalhadores na construção civil, Asuaer e CSP com lutas.

Ascom/MTST/RR