Onda de sequestros e extorsões continua e apavora a população cigana da Bahia, já fez três vítimas.
O presidente da Rede Brasileira dos Povos Ciganos-RBPC e coordenador do Grupo de Combate à Tortura nas Comunidades Ciganas – GCTCC, cigano Rogério Ribeiro vem acompanhando de perto os casos e denunciando, ele destaca o apoio delegado do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (DRACO/BA), Adailton Adam e sua equipe, sempre estiveram à disposição das vítimas, porém pela falta de registro das ocorrências acabam sem atua nos casos, “Quando há investigação, a gente consegue chegar à autoria e a prisão, mas sem a notícia do fato ficamos de mãos atadas. Os sequestros de ciganos não é um número baixo, mas infelizmente, sem ocorrência policial, sem a notícia dos fatos não temos como atuar” explica o delegado.
De acordo com o cigano Rogério Ribeiro, além dos sequestros, há relatos também de extorsões, quando a vítima é sequestrada as ameaças são assustadoras para as famílias das vítimas, com medo e temendo pela vida, eles não registram o BO na delegacia, pois se trata de quadrilha bem amparada e organizada.
As vitimas
A primeira vítima de sequestro que chegou ao conhecimento da RBPC foi em fevereiro na região metropolitana de Salvador, o nome não foi revelado, o segundo sequestro a vítima de 18 anos sofreu pela segunda vez em Santo Antônio de Jesus no dia 6 de abril, os bandidos abandonaram o veículo Corola Prata na cidade (tudo indica que retiraram o jovem do veículo), ele ficou por cerca de três dia no cativeiro após o pagamento que não foi revelado a quantia, a terceira vítima foi em Maracás no domingo dia 21, ele estava em casa jogando dominó quando ao bandidos encapuzados o sequestraram, o cigano apanhou muito, amarraram ele e rasparam a cabeça dele, e sofreu um corte grande levando muitos pontos na cabeça, a família conseguiu ajuda de outros ciganos e pagaram o resgate, a vítima foi largada no dia 23 de abril em milagres próximo de uma fazenda estrada de chão. Esses bandidos estão de olho em dois ciganos de Itiruçu que fugiram da cidade.
Cada bandido tem uma função
Os que indicam a vítima para ser sequestrado (os)
O grupo que atua no ato do sequestro
Os que vigiam a casa da vítima;
O negociador; ele que recebe o dinheiro;
Os que ficam no cativeiro com a (as) vitima (as);
Os que deixam a vítima abandonada (após o pagamento do resgate).
Quem faz parte da quadrilha
Ex-policiais;
Policiais;
Pistoleiros;
Ciganos.
As razões apontadas para esta “preferência” dos bandidos estão essencialmente ligadas ao fato de a comunidade ser bem-sucedida, pois muitos são comerciantes, que atuam no ramo de compra e venda de veículo. Outro fato predominante são as exposições em redes sociais (amostrando veículos caros, Cordão de ouro entre outros objetos de valores), muitos ciganos usam a internet para mostrar que é bravalon, tem caso até de disputa entre ciganos quem tem carro mais caros, isso desperta os bandidos para cometer os sequestros e as extorsões.
Dados dos sequestros de ciganos na Bahia
Em 2021 foram 21 ocorrências, entre sequestros e extorsões que tomamos conhecimento.
Em 2022 foram 20 ocorrências, entre sequestros e extorsões que tomamos conhecimento.
Em 2023 foram 10 ocorrências, entre sequestros e extorsões que tomamos conhecimento.
Em 2024 até o mês de abril foram três sequestros e duas extorsões que tomamos conhecimento.
Reunião e encaminhamento
A RBPC vai encaminha relatório de toda essa situação, para a PGR, MPF, DPU, MP, OAB, MJ, SSP, PM, ALEBA, CDH/ONU, Senado, Câmara dos Deputados (para a comissão direitos humanos), PRF, PF, DPG, MIR e o MDH. Precisamos de uma resposta urgente referente a esses casos, pois os ciganos estão apavorados.
Providências
Audiência Pública (debate do tema) sequestros e extorsões contra os ciganos da Bahia:
Visa estreitar o diálogo e a integração entre os órgãos envolvidos nas temáticas vinculadas às áreas de atuação;
Uma força tarefa policial especifica “Basta de Sequestros, ciganos não é mercadoria”;
BO Cigano itinerante;
Ir até as vítimas oferecer proteção e segurança:
Encaminhamento para programas de proteção e atendimento;
restituição de bens subtraídos:
Promoção e garantia dos direitos humanos aos ciganos;
Formação para agentes policiais e servidores no que diz respeito a tratamento digno e respeito aos Ciganos, sem discriminação e sem preconceito;
Enfrentamento deste tipo de violência é necessária, a fim de prevenir novos episódios.
Autor: RBPC/foto: cativeiro: ilustrada