Instituto Cigano do Brasil-ICB entrega relatório das atrocidades sofridas em Jeremoabo para PGR, MPF/BA e CDHM

478

Na manhã desta sexta-feira (17/06), o Presidente do Instituto Cigano do Brasil-ICB e conselheiro nacional de promoção da igualdade racial, Cigano Rogério Ribeiro, protocolou relatório com várias denúncias contra algumas famílias ciganas e Jeremoabo, também encaminhou para a 6 ª Câmara da PRG e para CDHM da Câmara dos Deputados.

Famílias e parentes dos ciganos acusados de envolvimento na morte do policial militar José Bonfim Lima, ocorrida em 2 e novembro de 2017, procuraram o ICB para denúncia as atrocidades e tortura contra alguns ciganos, inclusive uma criança de oito anos na época foi vítima, hoje ela está com sérios problemas de saúde.

De acordo com o presidente do ICB, as denúncias são seríssimas e precisam ser apuradas com rigor, “Não vamos aceitar esse tipo de conduta de alguns policiais e também nenhuma blindagem de qualquer investigação contra policial que estejam envolvidos nessas atrocidades contra as famílias ciganas” destacou o presidente.

Treinamento adequado

Não podermos admite excessos, abordagens truculentas, e tudo ser confronto. Os policiais recebem treinamento adequado e devem tratar os cidadãos com respeito. Queremos deixar bem claro que não estamos generalizando.

A defesa

A defesa está bastante confiante; os advogados de defesa, Dr. Abdon Antônio e José Henrique Abbade, vai se reunir neste sábado (18/06) com o presidente do ICB, Cigano Rogério Ribeiro, eles receberam o relatório e destacaram são denúncias robustas que precisam ser apuradas conforme a lei.

O silêncio

As famílias e parentes dos acusados moravam a cerca quarenta e cinco anos em Jeremoabo, temendo por suas vidas muitos deixaram tudo pra trás, casas foram queimadas e destruídas uma verdadeira guerra humana. No inicio dessa semana resolveram conta tudo que aconteceu, arbitrariedade por policiais militar, retaliação ao Povo Cigano de Jeremoabo, torturas, ameaças e mortes.

Prejuízo doloroso

Com a fuga deixaram suas casas e pertences, algumas casas foram destruídas e queimadas, outras as famílias conseguiram vender com preço baixo.

Medo deixou tudo pra trás

O medo tomou conta das famílias ciganas de Jeremoabo, elas moravam a cerca de 45 (quarenta e cinco anos), casas próprias cerca de 100 a 150, inclusive casaram ciganos com (jurinha) mulher não cigana, e cigana com juron homens que não é cigano (dialeto chibi cigano). Assustados e temerosos de sofrerem retaliações, as famílias ciganas fugiram pra outras cidades da Bahia, outros estados exemplos: Ceará, Pernambuco e Aracaju.

O crime

O crime ocorreu no dia 2 de novembro em Jeremoabo, após uma briga em um bar da cidade. Na ocasião, dois ciganos morreram.

Vão a júri popular

No dia 20 de junho os ciganos vão a júri popular:  Jelson da Silva, o “Gelson Cigano”, os filhos dele, Bruno Jordão Matos da Silva e Rogério Matos da Silva, além de Cosme de Jesus Silva e Carlos Daniel dos Santos Lima.

O ICB

Não se defende a sociedade, sacrificando a dignidade humana e oficializando a mentira anárquica de uma execução que não executa ou, pior, executa contra a lei e a sentença. Ao invés de tudo para alguns e nada para o resto, procuremos garantir o legal e humano para todos.

Repudiamos veementemente atos dessa natureza são incompatíveis e absolutamente inaceitáveis. O ICB luta pela dignidade humana e por uma sociedade igualitária, e nunca deixará de combater ações de violência e crimes de ódio e discriminação.

O Instituto Cigano do Brasil-ICB, tomara todas as providências para apurar o fato, identificar os autores desse ato deplorável e que seja punido exemplarmente com todas as medidas cabíveis.

O discurso de ódio, ultrapassa os limites do bom senso, tendo em vista que tem como finalidade promover a violência, a discriminação ou o preconceito em detrimento de um grupo ou classe de pessoas em razão das características inerentes do ser humano. Neste sentido, é necessário salientar (BRUGGER, 2007,

  1. 118):

Reiteramos que o Instituto Cigano do Brasil- ICB luta contra toda e qualquer forma de preconceito (homofobia, anti-ciganismo, ciganofobia, racismo, sexismo, machismo).

Autor/Fotos: Ascom-ICB