STJ determina prisão de Jalser Renier, presidente da Assembleia de Roraima.

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Decisão foi emitida na noite desta quinta-feira (6). Assembleia diz que parlamentar ainda não foi notificado da decisão.

O Superior Tribunal de Justiça determinou a prisão do presidente da Assembleia Legislativa de Roraima deputado Jalser Renier (SD) nesta quinta-feira (6), após pedido do Ministério Público Federal.

A Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa de Roraima informou que “nem a Casa e nem o presidente foram oficialmente intimados da referida decisão, e somente irão se manifestar após ter conhecimento do inteiro teor da decisão”.

O STJ determinou o “imediato recolhimento do embargante à prisão”. São embargantes no processo Jalser Renier e Itelvina da Costa Padilha, mãe do parlamentar. A decisão também determinou que o tribunal local expeça o mandado de prisão e guia de recolhimento provisório.

Renier foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região a seis anos e oito meses de reclusão e a 443 dias-multa pelo crime de peculato no escândalo conhecido como ‘Escândalo dos Gafanhotos’.

Na petição em que pediu a condenação do deputado, o MPF explica como funcionava o esquema: “O então governador Neudo Ribeiro Campos distribuía quotas dos recursos federais aos seus afilhados  políticos, notadamente deputados estaduais e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, entre os quais se inclui o Deputado Estadual Jalser Renier Padilha”.

Ainda conforme o órgão, cada beneficiado era chamado pelo governador para uma reunião reservada na qual era definida a quota que seria recebida.

“Assim, cada beneficiado não sabia dos demais, nem quanto cada um recebia, formando-se quadrilhas autônomas”, cita um trecho.

Jalser Renier recebia, segundo o MPF, uma ‘cota’ de cargos no governo do estado em troca de apoio prestado ao ex-governador Neudo Campos (PP). Para receber o dinheiro, o deputado só precisava indicar os ‘gafanhotos’ que iriam integrar a folha de pagamento.

Outras prisões

Em maio deste ano, o ex-governador Neudo Campos se entregou na sede da Polícia Federal em Roraima após ficar cinco dias foragido. Ele foi apontado pelo MPF como mentor do esquema que ficou conhecido como ‘Praga do Egito’. Atualmente, Campos cumpre prisão domiciliar.

No mesmo mês, outras seis pessoas também foram presas pela Polícia Federal por envolvimento no escândalo, entre elas a médica Suzete Macedo de Oliveira, esposa do senador Telmário Mota (PTB). Após a prisão ela foi liberada pela Justiça.

Autor: Da redação com Inaê Brandão e Valéria Oliveira Do G1 RR/Foto: SupCom/ALE/Arquivo