IPCA deve fechar o ano em 5,65%, de acordo com FGV

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162853_wehResultado já começa a mostrar desaceleração da inflação, diz Quadros

O superintendente Adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros, vê espaço para a desaceleração na inflação medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa, que fechou o acumulado em 12 meses até novembro em 5,77%, como divulgou nesta sexta-feira o IBGE, pode encerrar o ano em 5,65%, em sua análise.

“O resultado divulgado hoje pelo IBGE já começa a mostrar desaceleração em alimentos, que deve permanecer em dezembro. Há espaço para a taxa acumulada em 12 meses reduzir ainda mais, fechando o ano em 5,65%, bem abaixo dos 5,84% observados em 2012”, explicou.

Ele ressalta, entretanto, que esse movimento – de inflação menor este ano, na comparação com 2012 – não é indicativo de tendência de desaceleração na inflação no próximo ano.

Quadros explica que está se formando uma pressão de custos e

m diversas áreas, como nos transportes, por exemplo, estimulada pelo aumento acumulado do diesel em 2013, de 19%. Isto deve elevar o preço das passagens de ônibus. Já as tarifas de energia, que este ano tiveram queda, devem ter aumento em 2014.

“Está se formando aumento de custos para os transportes urbanos e para toda movimentação de mercadorias, e pode ser que o efeito de câmbio se faça notar em 2014 também”, disse Quadros.

Outra fonte de pressão deve vir da recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Existe a expectativa que o IPI seja recomposto, pois o governo está precisando desse dinheiro [da arrecadação] para o superávit primário. Ou seja, mais um aumento de preços”, acrescentou Quadros. Ele lembra que outro ponto atípico este ano se refere aos preços administrados, que devem subir apenas 1,7%.

“O que vai facilitar a vida do lado da inflação é que devemos ter produção agrícola mais folgada em 2014 em relação aos últimos dois anos, no Brasil e no mundo. Gêneros alimentícios, em 12 meses, subiram 8,81%, acima da inflação. No ano que vem podem inverter e ficar abaixo da média e já é uma alívio”, comentou.

 

Fonte: Extra