Iguatu não tem política de gestão dos resíduos sólidos

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A maioria dos resíduos depositados é fruto do lixo residencial e de naturezas diversas, dispensados pela comunidade.

A falta de gestão dos resíduos sólidos é, de fato, um problema crônico nos municípios. Quando a população reclama da falta de gestão dos resíduos sólidos, da manutenção de lixões fora dos padrões de sustentabilidade, os prefeitos desdenham da situação. Poucos se mostram realmente preocupados com o problema ambiental e geralmente dão como justificativa a falta de recursos para construir um aterro sanitário que atenda as exigências da Lei dos Resíduos Sólidos.

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O fato é que a gestão do lixo em Iguatu parece ser um problema crônico para o qual governo e a sociedade precisam encontrar uma solução exequível. E necessário firmar um pacto que permita tirar o município dessa situação perigosa.

Lixões agridem o meio ambiente

Os famigerados lixões agridem o meio ambiente de diversas formas, contaminando lençóis freáticos e mananciais de água potável, favorecem a proliferação de doenças e afetam diretamente as comunidades próximas ao aterro irregular.

Descarte irregular de lixo é problema crônico

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Os catadores que trabalham no local vivem com a constante presença dos vetores, roedores, urubus e toda espécie de podridão que se pode imaginar, problema social grave é a incidência de parte da população que literalmente sobrevive do lixo, o que ocasiona um grave risco de acidentes e problemas de saúde pública.

A prefeitura faz a coleta, mas na ausência de um aterro sanitário o que seria o mais correto, o meio ambiente recebe todo aquele dejeto e sofre as consequências.

Pelo andar da carruagem, este tem se tornado um problema da mais alta complexidade e esta história terá ainda muitos capítulos.

Montanha de lixo: SOS Meio Ambiente

Na área, com a chegada das chuvas rios e açudes serão abastecidos, que corre o risco de ter a sua água contaminada, devido ao chorume que geralmente escorre dos detritos, principalmente quando chove.

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A solução definitiva do problema começa na casa de cada cidadão, passa pelos órgãos de fiscalização e pelo Ministério Público, mas depende da cobrança efetiva das populações dos municípios que ainda não se adaptaram e que não cumprem um direito de todos. Diminuir a quantidade de resíduos, reciclar material não orgânico, não despejar líquidos na rede de esgoto e providenciar o descarte correto de dejetos é atribuição de todos e é responsabilidade legal das prefeituras organizarem e instrumentalizar os municípios para o cumprimento da lei.

Um aterro pode atingir até 100 metros de altura

  1. O aterro começa com a escavação de um grande buraco. Mas, antes disso, o solo é perfurado até o lençol freático para verificar se não é arenoso demais e calcular o limite da escavação: o fundo não pode ficar a menos de 2 metros do lençol.
  2. Tratores compactam a terra do fundo do buraco. Sobre o solo compactado é colocada uma espécie de manta de polietileno de alta densidade e, sobre ela, uma camada de pedra britada, por onde passam os líquidos e gases liberados pelo lixo. A cada 5 metros de lixo é feita uma camada de impermeabilização
  3. Para drenar o percolado (líquido que sai do lixo misturado à água da chuva) a cada 20 metros são instaladas calhas de concreto, que levam a mistura nojenta até a lagoa de acumulação
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  5. Para evitar que alguém jogue lixo clandestinamente ou que algum desavisado entre no aterro, a área é toda cercada. Em São Paulo, por exemplo, é obrigatório criar um cinturão verde de pelo menos 50 metros de largura ao redor do aterro, com vegetação nativa.
  6. O lixo solta gases, que são captados por uma rede de tubos verticais cheios de furinhos. Por esses canos, os gases sobem e chegam à superfície do aterro. Alguns gases são recolhidos em tambores e outros são liberados na atmosfera – o metano, em contato com o ar, pega fogo.
  7. Engenheiros calculam que cada metro cúbico de lixo pesa cerca de 0,6 tonelada. Cada camada do aterro tem 5 metros de altura: 4 metros de lixo e 1 metro de terra, brita e a manta de polietileno. Em cidades pequenas, o limite é de três camadas, mas nas metrópoles elas chegam a 20
  8. O percolado, aquele líquido que escorre da montanha de lixo, é tratado no próprio aterro e lançado no esgoto ou, como acontece em São Paulo, é recolhido em um “piscinão” e transportado em caminhões para uma estação de tratamento de esgoto.
  9. Balanças parecidas com aquelas que vemos nas estradas controlam a quantidade de lixo que chega ao aterro em cada caminhão. Caminhões coletores como os que vemos nas ruas carregam de 7 a 9 toneladas, mas há carretas capazes de levar até 40 toneladas por viagem.
  10. Esta é a área responsável por coordenar e monitorar as atividades do aterro. É aqui também que se avalia se já é hora de encerrar as atividades do aterro e encomendar a construção de um novo
  11. Quando o aterro esgota sua capacidade, é preciso fechá-lo. A maior parte deles dá origem a áreas verdes de conservação. Como o gás e o percolado continuam sendo gerados por pelo menos 15 anos, não se recomenda que o terreno seja usado para construções.

Autor/Fotos: Rogério Ribeiro