Família se revolta ao ver foto de mortos no Salgueiro amontoados nos fundos do IML

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Uma foto publicada em redes sociais mostrando os sete corpos das pessoas mortas no Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na madrugada deste sábado amontoados nos fundos do Instituto Médico-Legal (IML) revoltou parentes das vítimas. A reação ao verem a imagem foi de desespero e de indignação. A educadora Jane Mara Couto Melones, de 35 anos, tia de Márcio Melones, de 21, um dos mortos, disse que a divulgação da imagem é um desrespeito aos familiares e afirmou que vai denunciar o caso à Corregedoria da Polícia Civil.

— Com quem a gente pode contar, meu Deus? Com ninguém. Depois que divulgar essa foto a gente percebe que está abandonado, sozinho. Mas isso não vai ficar assim. Faço questão de denunciar o que fizeram — disse.

A mãe de uma outra vítima que não quis se identificar também entrou em desespero ao ver a foto e afirmou que policiais mataram inocentes também como um motorista de Uber e um mototaxista.

— Fui lá para ver meu filho e não deixaram mataram inocentes o motorista veio me perguntar como sair de lá mas ele morreu também. O que aconteceu agora com essa foto só reforça que a gente não tem o respeito nem a ajuda de ninguém — reclamou a mulher, que chorou pela morte do filho no IML.

O diretor do IML de Niterói e São Gonçalo acaba de chegar à unidade, que fica em Tribobó. Não deve ter sido difícil alguma estranho ter entrado pelos fundos do IML e ter feito a foto dos corpos amontoados que causou perplexidade nos familiares. O portão principal está enguiçado e não fecha mais. Os postes de luz que iluminaram o pátio da unidade estão sem lâmpadas. As três recepcionistas que prestavam serviço no balção do hall de acesso já não existem mais. Os funcionários de plantão ficam com medo e temem uma invasão por bandidos a qualquer momento. Isso sem contar com a possibilidade de algum funcionário da unidade ter feito a foto.

Autor: Da redação com Gustavo Goulart /Foto: cleber junior / Agência O Globo