EUA intensifica combate a estupros nas universidades

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34679Agressão sexual será combatida mais energicamente

A Casa Branca lançou, na última segunda-feira, diretrizes que aumentam a pressão para que as agressões sexuais sejam combatidas mais energicamente nas universidades.

As diretrizes — que pedem às universidades que adotem medidas de prevenção, como questionários anônimos sobre casos de estupro, e que garantam que as denúncias de crimes sexuais permaneçam confidenciais — fazem parte de relatório elaborado pela força-tarefa da Casa Branca, e o governo deve pedir ao Congresso que aprove medidas reforçando as recomendações e penalizando aqueles que não as cumprirem. O governo também abrirá uma página na internet (NotAlone.gov), para oferecer informações às vítimas.

— As universidades precisam encarar os fatos sobre a violência sexual — afirmou o vice-presidente Joe Biden. — Nada de fazer vista grossa ou fingir que o problema não existe. Precisamos dar às vítimas o apoio de que elas precisam, e precisamos levar os agressores a julgamento.

A força-tarefa afirma que uma em cada cinco universitária é vítima de violência sexual, mas que apenas 12% dos casos são denunciados. Obama criou o órgão após uma série de casos — nas universidades de Yale, Dartmouth e Florida State — chamaram atenção para o problema e geraram acusações de que funcionários das instituições não têm trabalhado para impedir os estupros cometidos por estudantes.

— O povo americano despertou para o fato de que temos um problema sério quando 20% das alunas universitárias afirmam que foram vítimas de violência sexual — afirmou a congressista democrata Jackie Speier, da Califórnia

As senadores democratas Kirsten E. Gillibrand, de Nova York, e Claire McCaskill, do Missouri, que passaram boa parte de 2013 combatendo a violência sexual nas Forças Armadas, agora enfrentam o mesmo problema nas universidades.

— Trabalhamos para reformar a maneira com que as Forças Armadas lidam com a questão da violência sexual, e os relatos que ouço das universidades são assustadoramente parecidos — conta Claire.

De acordo com a força-tarefa, uma lei federal criada há duas décadas exige que universidades revelem informações sobre crimes cometido dentro ou nos arredores de suas instalações, mas é raramente aplicada. No ano passado o departamento de Educação aplicou uma multa de US$ 165 mil à Universidade de Yale, por omitir quatro estupros nos últimos anos. Penas semelhantes foram aplicadas à Universidade de montana e à Eastern Michigan. Uma emenda educacional de 1972 afirma que instituições que violarem direitos estudantis em casos de violência sexual estão sujeitas a perderem seu financiamento público, mas a punição até hoje não foi posta em prática.