Estudo da Uerj mostra que obesidade infantil dobrou nos últimos 30 anos

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Que pai ou mãe já não resistiu a um pedido do filho e trocou um prato com legumes e verduras por um hambúrguer com batatas fritas? Um suco por refrigerante? É difícil não ceder, mas é importante. Na vida adulta, a saúde pode cobrar. Nesta terça-feira, celebra-se o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, doença que têm se tornado cada vez mais comum entre crianças e jovens de todo o país — e também do Rio.

Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mapeou crianças, com idades entre 10 e 15 anos, do entorno da universidade, na Zona Norte do Rio, e concluiu que o número de crianças obesas dobrou. O sedentarismo também tem se tornado mais frequente.

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— Nós voltamos às mesmas escolas que tínhamos ido há 30 anos e constatamos esse aumento alarmante. É o resultado de uma alimentação a base de comida processada, com muita gordura e sal, e falta de atividades físicas — explica a coordenadora do estudo, Andrea Araújo Brandão.

A cardiologista afirma que esses hábitos podem causar alterações assintomáticas, que não geram nenhum alerta ao corpo, e, quando aparecem, podem causar problemas cardiovasculares sérios.

— Você constrói o futuro desde a infância. Por isso, não pode se surpreender diante de um enfarte. Não acontece do dia para a noite. A genética influencia mas também os hábitos, que podem ser mudados.

Além dos problemas de saúde física, o sobrepeso e obesidade atingem a questão emocional.

— A criança fica vulnerável, com a necessidade de ser aceita. Com isso e o bullying que pode vir a sofrer, se sente incapaz e vai se isolando. Isso causa danos no desenvolvimento social, afetivo e sexual da pessoa— diz a psicóloga Elizabeth Monteiro.

 

 

 

Autor: Da redação com Ana Paula Blower/Foto: Bárbara Lopes / Barbara Lopes