Entenda como identificar e controlar a compulsão por doces

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140437_002Sintomas como dor de cabeça e ansiedade são sinais de alerta; entenda.

A maioria dos alimentos que mais causam prazer, dão bem-estar e trazem energia são aqueles que mais viciam e engordam.

Entre eles, está o tão desejado doce, que muitas pessoas não conseguem passar um dia sequer sem – porém, apesar de ser uma delícia, doce em excesso pode virar um problema de saúde e até levar à compulsão, como explicaram a nutricionista Karyna Pugliesi e o ginecologista José Bento.

Segundo o ginecologista, quando alimentos ricos em gordura, açúcar ou cafeína são ingeridos, áreas do cérebro responsáveis pelo vício são ativadas, semelhante ao que acontece com quem bebe ou fuma, por exemplo. No caso dos doces, quem gosta muito tem o cérebro ‘viciado’ pelos circuitos de prazer que o alimento ativa. No entanto, algumas pessoas são compulsivas e podem não perceber.

Para identificar isso, a nutricionista Karyna Pugliesi recomenda ficar um dia sem comer doce – caso a pessoa note que está mais irritada ou nervosa ou se aparecerem sintomas como dor de cabeça, podem ser os primeiros sinais de compulsão.

E em alguns casos, essa necessidade pode trazer problemas para a saúde, como no caso do empresário Eduardo Ribeiro, que já está pré-diabético, mas mesmo assim, não consegue ficar sem um docinho todo dia.

O perigo é que, quanto mais vontade de comer doce a pessoa tem, mais ela vai procurar por alimentos com cada vez mais açúcar para sentir a sensação de prazer, diminuir a ansiedade e saciar o vício, formando um ciclo vicioso. Isso acontece por causa do índice glicêmico dos alimentos, que é a velocidade com a qual o carboidrato daquele alimento se transforma em açúcar e é absorvido pelo corpo. De acordo com a nutricionista, uma bananada doce, por exemplo, tem um índice glicêmico alto; já a banana tem o nível médio; e se for uma banana com aveia e canela, esse índice diminui bastante, ou seja, o açúcar é menos absorvido pelo organismo.

Para quem não fica sem um docinho, é preciso tentar controlar a quantidade, mas se isso não for possível, é importante procurar ajuda de um endocrinologista. No entanto, uma das dicas é escolher o momento certo para comer o doce.

De acordo com a nutricionista Karyna Pugliesi, se a pessoa come um doce em jejum, por exemplo, ela não tem nenhuma proteína ou gordura associada, o que fará o pico do índice glicêmico subir, podendo até causar uma reação de hipoglicemia. Isso acontece porque o açúcar do doce vai logo para o sangue e a descarga de insulina faz com que ele seja absorvido pelo organismo rapidamente. Por isso, o melhor momento do dia para comer um doce é sempre depois da refeição.

Há ainda a opção do adoçante, mas ele também precisa ser controlado, como alertou a nutricionista Karyna Pugliesi.

No caso das mulheres, porém, o doce pode ser uma alternativa para momentos de ansiedade ou TPM – segundo o ginecologista José Bento, a vontade de comer doce pode ter relação com os hormônios, mas existem diferenças no tipo de doce. Por exemplo, um chocolate ao leite faz a glicose subir rápido no sangue, deixando a mulher feliz. No entanto, do mesmo jeito que sobe rápido, a glicose cai rápido e logo ela volta a se irritar. Já o chocolate meio amargo faz esse processo de um jeito mais devagar, o que pode tornar o efeito mais duradouro.