Em Iguatu-CE começa uma onda de ocupações em áreas públicas

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Em Iguatu-CE, as ocupações vêm pegando corpo, grupos e famílias carentes intensificam ocupações.

Uma nova área foi ocupada neste domingo (30/08), com cerca de 80 famílias, segundo os coordenadores a ocupação pretende fazer valer o direito a moradia, previsto na Constituição Federal.

De acordo com Antônio Fernandes, um dos coordenadores da ocupação localizada, entre os bairros Filadélfia e COHAB, “As famílias pretende reunir com o prefeito de Iguatu-Ce, Aderilo Alcântara ainda esta semana, para discutir a nossa situação. O poder público precisa garantir o acesso à moradia”, disse Fernandes que acrescentou, “Essas pessoas possuem de três a quatro filhos para sustentar, pagavam aluguel, luz e não sobrava dinheiro para comprar uma casa”. “Essa ocupação veio aconteceu num momento crucial para muitos que se encontram em situação de despejo”, acrescentou.

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As famílias clamam por uma moradia

A dona de casa, Maria da Silva, 47 anos, morou de favor e de aluguel, a vida toda, “Estamos cansados de tanto sofrer. O que eu mais queria era ter uma casinha para morar”, comenta.

A dona Maria Fagundes da Conceição, 61 anos, paga R$ 200 (duzentos reais) de aluguel, “prometeram casa no Novo Iguatu e até hoje nada, não tenho condições de paga aluguel, remédio e comida, por isso estou aqui lutando para ganha uma casa” disse.

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A desempregada Antônia Geovana Batista, 45 anos, mora a 14 anos de favor com duas filhas que sofre com distúrbio menta, “Eu fiz uma cirurgia e tive que retirar um rins, não tenho muita saúde para trabalhar, o que eu mais quero é uma casa para morar com as minhas filhas”

O autônomo Carlos José, 32 anos, “A cidade não oferece emprego, vivo de fazer bicos e mal dar para pagar as despesas”.

A viúva dona Antônia Luiza da Silva, 51 anos “Não tenho para onde ir. Por isso, tive de vir para cá”, conta.

As famílias foram unanimes em dizer que os cadastros feitos nos programas habitacionais da prefeitura de Iguatu não funcionam. “A maioria dessas famílias há 12 anos que tem cadastro na prefeitura e sempre estão renovando, agora casa que é bom nada”.

CMI

O presidente da Câmara Municipal de Iguatu-CMI, Vereador, Rubenildo Cadeira (PRB), vai propor em regime de urgência uma audiência pública para tratar sobre a habitação em Iguatu. “Queremos saber como está sendo organizada a contratação de moradias, quais os projetos que a população esta sendo inserida, bem como a cidade e sua distribuição entre as famílias de Iguatu e o que a prefeitura de Iguatu esta fazendo para diminui o déficit habitacional na cidade”, afirmou.

A área/Improviso

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Os barracos ainda são de lona, lençol e papelão. O banheiro também é improvisado, sem qualquer estrutura ou saneamento. Ainda assim, ao falar em moradia própria, os olhos dos novos membros brilham com esperança.

Expansão da ocupação

As famílias que ocupam a área ainda não deram um nome à ocupação. Elas garantem que vão permanecer no local até que as autoridades competentes encontrem uma solução. Até hoje (31/08), 80 famílias ocupavam a área, nas proximidades da academia de saúde.

As áreas ocupadas

A primeira área ocupada foi no bairro João Paulo II, o terreno é destinado a uma quadra poliesportiva, porém há dois anos estar só foi construído o muro da edificação, hoje cerca de 176 famílias espera por uma moradia.

A segunda ocupação no bairro Areias, nas proximidades da academia de saúde, hoje 170 famílias ocupam a área.

E ontem dia (30/08), 80 famílias ocuparam uma área entre os bairros Filadélfia e COHAB, a expectativa é que cheque o dobro, vale ressalta que nesta área foi construindo uma academia de saúde.

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Déficit habitacional em Iguatu

De acordo com o subsecretário de habitação de Iguatu, Alan lelis, o déficit habitacional do município é em torno de 12 mil moradias e que o município tem hoje 7 mil cadastros de famílias escritas. Com relação ao Projeto Meu Lar doce Lar do município, encontra-se paralisado e prever cerca de 1.280 unidades habitacionais.

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Autor: Rogério Ribeiro /Fotos: Renata Célia