Dilma é alvo de protesto e vaias durante desfile de 7 de Setembro em Brasília

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A presidenta Dilma Rousseff participa do desfile do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Valter Campanato/Agência Brasil)

Em meio à crise política que vive no início de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff teve de lidar com protestos e vaias durante o desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Logo no início das comemorações, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) atearam fogo a pneus numa rua próxima ao local do evento. Bonecos representando o ex-presidente Lula com roupa de presidiário, o já conhecido Pixuleko, e a presidente Dilma com nariz de Pinóquio, manchas de lama e faixa presidencial rasgada – apelidado de Pixuleca, foram erguidos em locais próximos.

Com a presença do vice-presidente Michel Temer e diversos ministros, a celebração da Independência começou por volta das 8h45min. A menos de 2km do local em que a presidente desfilava em carro aberto, o boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário era erguido por manifestantes. Quase ao mesmo tempo, um protesto por moradia popular queimava pneus ali perto. Quando a presidente começou seu discurso, foi alvo de vaias – logo respondidas com aplausos e gritos de “no meu país, eu boto fé, porque meu país é governado por mulher”, segundo o jornal Correio Brasiliense.

Pouco tempo depois, um boneco representando a presidente Dilma também foi erguido próximo à Esplanada. De acordo com o Correio Brasiliense, o produto custou cerca de R$ 13,5 mil e foi fabricado por organizadores do movimento Brasil. Ele tem mais de 13 metros e mostra a presidente com manchas de lama, nariz de Pinóquio e a faixa presidencial rasgada. Às 9h30min, o fogo dos pneus já havia sido controlado pelos bombeiros. Os dois bonecos – que representavam Lula e Dilma – acabaram sendo rasgados e murcharam.

A área reservada para a população que quer acompanhar o desfile foi diminuída e separada por tapumes metálicos. Manifestantes bateram na estrutura com colheres, algo semelhante aos panelaços promovidos durante os discursos televisionados da presidente – o protesto foi apelidado de “colheraço”. Por volta das 10h20min, duas pessoas tentaram invadir o local do desfile e foram contidos por cerca de 10 policiais. De acordo com a Polícia Militar, são 25 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios – seriam quase 200 manifestantes pró-Dilma e mil contra, diz a PM.

Autor: Foto: Valter Campanato / Agência Brasil