Deputado Ruiz fala sobre problemas na área da saúde no interior do estado

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 Deputado Joaquim Ruiz: “O Governo Federal deveria conhecer mais a realidade dos municípios de Roraima”

“O Governo Federal trata os estados e municípios da Região Norte com indiferença se comparado ao resto do país, principalmente na hora que executar o repasse dos recursos”. Foi com esta afirmação que o deputado Joaquim Ruiz (PV) falou sobre os problemas enfrentados na saúde pública do interior do estado, na manhã desta quinta-feira, 4, no plenário da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Em seu pronunciamento, o parlamentar fez alguns comparativos sobre as diferenças existentes nos valores do Fundo de Participação dos Municípios, em algumas localidades brasileiras com base em estudos feitos por ele. “Em 2011, o município de Iracema tinha uma população equivalente a 9 mil pessoas e uma área de 12 mil km², e recebeu um o recurso estimado do FPM em R$  150 mil, porém no mesmo período o município de Macuco, no Rio de Janeiro, que na época tinha 5 mil pessoas e possui um espaço territorial de 120 km², recebeu aproximadamente R$ 397 mil”, explicou o deputado.

Outro ponto questionado por Ruiz foi o motivo que implica na falta de profissionais de saúde no interior, que segundo ele, está ligado a defasagem nos valores das remunerações, que em seu entendimento, não condiz com a realidade do estado, já que o critério básico é a dedicação exclusiva nesses locais. “Qual é o médico que vai atuar no interior do estado recebendo um salário de R$ 4 mil? E qual o dentista que se arrisca em morar nesses locais ganhando apenas R$ 1.750 para sobreviver? O mais interessante é que além desses valores irrisórios, o Governo Federal não dá estrutura adequada para atuação desses profissionais nos municípios. É um absurdo”, enfatizou o parlamentar informando que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Roraima recebe R$ 18 mil por mês para atender os casos de emergência no estado.

A deputada Aurelina Medeiros (PSDB) parabenizou o discurso de Ruiz e reforçou afirmando que “há uma contradição na moralidade de gestão”. “Muitas vezes o gestor é obrigado a ter que cobrir uma deficiência com recursos próprios para suprir uma necessidade por conta verba escassa do FPM e acaba tendo que responder por improbidade administrativa, simplesmente porque buscou ajudar a sociedade”, justifica Aurelina.

Secom/ALE-RR/Foto: H. Emiliano