Conselho de Ética do Senado arquiva representação contra Jucá

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Pedido de abertura de procedimento disciplinar era baseado em gravações

O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-AP), arquivou pedido de abertura de procedimento disciplinar contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR). A decisão de João Alberto ocorreu no mesmo dia em que foi divulgado o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Jucá e outros dois peemedebistas, com base em gravações feitas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. A representação contra Jucá foi protocolada no Conselho de Ética pelo PDT, entregue pelo senador Telmário Mota (PDT-RR), desafeto de Jucá em Roraima.

A representação foi feita no último dia 24 de maio, e, nesta terça-feira, saiu a decisão do presidente do Conselho de arquivá-la. O PDT queria a investigação de Jucá justamente por causa das gravações feitas por Sérgio Machado, consideradas agora por Janot, mas não pelo Conselho de Ética.

“A nosso sentir, não há qualquer dúvida de que o senador Romero Jucá abusou de suas prerrogativas constitucionais, pois realizou conversa incompatível com a conduta de um parlamentar”, diz a representação do PDT.

Segundo João Alberto, a Advocacia do Senado Federal emitiu parecer pelo arquivamento, por razões técnicas.

“Na referida petição não constaram os documentos que a deveriam instruir, nem o rol de testemunhas e nem a especificação das demais provas que se pretende produzir. Assim, a referida representação é insuficiente para abertura do procedimento”, informou assessoria do senador.

Nesta terça-feira, o senador Telmário Mota decidiu protocolar uma denúncia contra Jucá. Ele pede que Jucá sofra processo disciplinar por tê-lo chamado em entrevistas de “bandido”.
Autor: Da redação com Cristiane Jungblut/Foto: Jorge William / Agência O Globo