Conselho de Ética da Câmara arquiva processos sobre Wladimir Costa

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Deputado foi acusado pelo PT de divulgar fotos de uma filha da deputada Maria do Rosário; PSB o acusou de assédio sexual no episódio envolvendo uma jornalista. Wladimir Costa negou acusações.

O Conselho de Ética da Câmara arquivou nesta terça-feira (5) dois processos abertos para apurar a conduta do deputado Wladimir Costa (SD-PA).

Em um dos casos, ele foi acusado pelo PT de divulgar fotos íntimas de uma filha da deputada Maria do Rosário (RS).

No outro caso, ele era acusado pelo PSB de assediar sexualmente uma jornalista da rádio CBN.

Nos dois processos, Wladimir Costa se defendeu afirmando que não havia divulgado as fotos nem assediado a jornalista.

O deputado acompanhou a sessão desta terça do Conselho de Ética. Ele deixou o local sem falar com a imprensa.

A sessão do conselho

No primeiro processo, sobre a suposta divulgação de uma foto da filha da deputada Maria do Rosário, o relator, João Marcelo (PMDB-MA), recomendou o arquivamento do caso. O parecer foi aprovado por 9 votos a 4.

No segundo processo, sobre o caso envolvendo a jornalista Basília Rodrigues, da rádio CBN, o relator, Laerte Bessa (PR-DF), havia recomendado o prosseguimento do caso, mas, nesta terça, mudou de posição e sugeriu o arquivamento. Este novo parecer foi aprovado por 8 votos a 5.

Tatuagem de Temer

Wladimir Costa se tornou conhecido após fazer uma tatuagem temporária com a inscrição “Temer” e uma bandeira do Brasil (relembre na imagem acima).

Em julho,  antes de a Câmara votar a denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado conversou com jornalistas após participar de um jantar de parlamentares da base. Na ocasião, uma repórter da rádio CBN pediu a ele que mostrasse a tatuagem.

Foi, então, que ele respondeu: “Pra você, só se for o corpo inteiro”.

Diante da repercussão negativa do caso, Wladimir Costa usou as redes sociais para afirmar que ninguém acreditaria em assédio sexual porque a repórter, na visão dele, “foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente, despertariam algum tipo de desejo em alguém”.

Fotos de filha de deputada

Durante a sessão desta terça, os deputados Léo de Brito (PT-AC) e Valmir Prascidelli (PT-SP) questionaram o fato de Wladimir Costa ter apresentado um documento emitido por uma operadora de telefonia segundo o qual o número usado para enviar as fotos não pertence a Wladimir Costa.

O documento, apresentado pelo deputado, é de dia 30 de outubro. As fotos foram enviadas por um celular em 27 de agosto.

“A postagem foi feita no dia 27 de agosto. A carta no qual o relator se baseou é de 30 de outubro. Dois meses depois. Será que nesse período não se pode trocar a titularidade do telefone?”, questionou Prascidelli.

Em resposta, Wladimir Costa voltou a dizer que o telefone não pertencia a ele e que ele pediu para a operadora informar quem é o dono da linha, mas a informação, segundo o deputado, é sigilosa.

Autor: Da redação com G1, Brasília /Foto: Evaristo Sá/AFP