Cinco dias após assassinato de moradora de rua, desabrigados são agredidos no Leme.

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Segundo a prefeitura, oito pessoas foram ameaçados ou espancados em nove meses.

Cinco dias após o assassinato de Fernanda Rodrigues dos Santos, em Copacabana, um outro ataque chamou a atenção de assistentes sociais da prefeitura que atuam na Zona Sul. Algumas pessoas que vivem nas ruas foram espancadas numa praça, no Leme.

A Secretaria de Assistência Social só teve conhecimento do caso porque em 24 de outubro, dia seguinte à agressão, uma das vítimas, um homem de 42 anos que teve o maxilar quebrado, relatou o caso num Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). No local, ele contou que estava num grupo que foi acordado de forma violenta. A vítima, que não teve a identidade divulgada, disse ainda que não seria possível identificar os agressores porque “era noite, estava escuro, e tudo aconteceu de forma muito rápida”.

A secretaria informou que o homem ferido foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, e, depois, a um abrigo na Ilha do Governador, onde aguardaria a convocação para uma cirurgia. Mas, de acordo com a pasta, a vítima, assustada, fugiu quando chegou ao abrigo, e até ontem não foi localizada.

Dados da secretaria revelam que casos de violência contra a população de rua estão ocorrendo em vários pontos do Rio. Nos últimos nove meses, foram pelo menos oito registros de ameaça ou agressão. As queixas foram feitas aos agentes da prefeitura por vítimas que estavam no Centro e em bairros das zonas Norte, Sul e Oeste. A maioria dos ataques teve homens como alvos. Algumas agressões, contaram moradores de rua, foram praticadas por agentes públicos.

Autor: Da redação com Giselle Ouchana/Foto: Guilherme Leporace / Agência O Globo