Associação dos Ciganos de Caucaia se reúne com promotor de Justiça

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A vida dos ciganos nunca foi fácil. Varekai, como dizem em romani, a língua cigana dita oficial, ‘onde quer que seja’

  A Associação de Preservação da Cultura Cigana de Caucaia – ASPRECCCC, se reuniu com o coordenador do CAOCidadania, do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), promotor de Justiça Hugo Porto, a audiência aconteceu na tarde desta terça-feira (23/01), na sede das Promotorias de Justiça da Capital. Correspondem a este Centro de Apoio Operacional as Promotorias de Acidente do Trabalho, Defesa da Cidadania, do Idoso, da Pessoa com Deficiência e da Saúde Pública.

No encontro, foram discutidos aspectos diversos, o presidente da ASPRECCC, o Calón Rogério Ribeiro relatou as violências aos direitos fundamentais que os povos ciganos estão sofrendo a exemplo quando vão à procura de emprego se diz que é cigano não tem vaga para emprego, “O preconceito com os ciganos ainda é muito presente em nossa sociedade, pois o estereótipo a nós atribuído ao longo de sua presença no Brasil e pelo mundo ainda não foi desmistificado na sua amplitude” relata Ribeiro que acrescentou “Os avanços que ocorreram são fruto da mobilização e de muita resistência dos Ciganos” destacou.

O coordenador do CAOCidadania, ficou muito feliz pelas ações empreitadas pela associação, “ Estamos atento para atuar naquilo que disser respeito às nossas  atribuições”,

O promotor Hugo Porto recebeu com bastante entusiasmo a notícia da existência de uma associação de ciganos no Ceará, “Sabia que existia alguns ciganos no Ceará, através da Professora Zelma Madeira que está à frente das políticas de Igualdade Racial do estado, contudo não tínhamos muito conhecimento ou dados acerca dessa etnia e assim como pescadores, quilombolas e as comunidades indígenas, onde já temos uma atuação bem ativa também procuraremos atender as demandas das comunidades Ciganas e prestar a assistência necessária” enfatizou Hugo.

Ressaltou ainda que o Dr. Plácido Rios – Procurador Geral de Justiça do Estado do Ceará enfatizou quatro segmentos prioritários para o MPCE são: Combate a corrupção; Estruturação de Recursos Humanos e Matérias; Aperfeiçoamento da Tecnologia e Aproximação com os Movimentos Sociais.

A exclusão e o preconceito

A exclusão e o preconceito sempre acompanharam os ciganos por onde quer que eles passem. De escravizados por cinco séculos nos antigos territórios que formam a atual Romênia, a perseguidos e assassinados pelo regime nazista de Hitler. Infelizmente, esta história de discriminação não chegou ao seu final. Os grupos ciganos ainda são pouco conhecidos e acabam negligenciados pelos governos dos territórios onde vivem. Os povos ciganos sofrem com violações dos direitos humanos diariamente. É preciso mudar essa realidade e instalar políticas públicas de promoção da cidadania cigana.

Enquanto a sociedade continuar a desconhecer a história dos ciganos e seus hábitos, eles ainda serão um povo desconhecido e, por isso, suscetível à discriminação.

Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Apesar de a nossa história ser marcada pela discriminação racial e social, é inegável que nos últimos anos houve avanços significativos nas políticas voltadas ao enfrentamento à discriminação e à promoção da igualdade racial, rompendo, de certa forma, o histórico silêncio que persistiu por tantos anos no Brasil.

Em 1988 a Constituição brasileira consignou o princípio da igualdade ou da não-discriminação, em seu artigo 5º, segundo o qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”; e os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor foram definidos pela Lei 7.716/1989.

Autor/Foto: ASPRECCC