8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul: Poética e Cidadania sobre Película

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SDH-8Mostra_FB_RREm Boa Vista, o evento acontece entre os dias 02 e 07 de dezembro, gratuitamente
O que vemos e o que nos olha quando a condição humana irrompe em imagens na sala escura? Como reinventar a vida e afirmar uma ética da existência na temperatura do encontro da política com a arte? A 8ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Cultura, alinha imaginação e pensamento na projeção de 38 filmes por todo o território nacional, entre os dias 26 de novembro e 22 de dezembro de 2013. Em Roraima a mostra acontece de 2 a 7 de dezembro, no CineSesc Mecejana, no período da tarde e noite, com exibições gratuitas.

São curtas, médias e longas-metragens em formato digital que circulam, alternadamente, pelas 27 capitais brasileiras e interior do País, alcançando mais de 600 pontos extras de exibição através de cineclubes, pontos de cultura, institutos federais de educação profissional, científica e tecnológica, universidades, museus, bibliotecas, sindicatos, associações de bairros, telecentros, entre outros. Em cada cidade, a programação se estende por seis dias, totalmente aberta ao público.

Em sua oitava edição, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul se desdobra em Mostra Competitiva; retrospectiva em homenagem ao cineasta Vladimir Carvalho e Mostra de Realizadores Indígenas. E as plateias é que elegem os melhores filmes, através de uma votação livre a cada final de sessão.

Iniciada em dezembro de 2006, em alusão ao aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), através do Departamento de Cinema e Vídeo, com apoio da OEI, UNIC-RIO, CTAv, EBC e patrocínio da Petrobras e BNDES.

Com material gráfico distribuído gratuitamente, a 8ª MCDH na América do Sul garante também acessibilidade: toda a filmografia é exibida com closed caption (o sistema permite que legendas informem não apenas o que é dito, mas também todos os sons que fazem parte da cena) para pessoas com deficiência auditiva e haverá sessões com audiodescrição para pessoas com deficiência visual, onde o narrador descreve com o máximo de detalhes o que pode ser visto na cena e o que é indicado fora dela.

“Nossa proposta é utilizar a linguagem cinematográfica para estabelecer um diálogo direto com a população. A Mostra tem o importante papel de disseminar e fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, especialmente de forma a alcançar os setores historicamente excluídos ou com menos acesso a bens culturais, tratando do enfrentamento a todas as formas de violações de direitos”, assinala a ministra de Estado-Chefe de Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes.

Para o Reitor da Universidade Federal Fluminense, Roberto Salles, o diálogo com a Secretaria dos Direitos Humanos na esteira da Mostra coloca a Universidade no lugar que ele acredita ser de sua natureza: “um lugar de compromisso com o direito e com a potência da diferença e dos ideais democráticos que visam, antes de tudo, permitir que todos possam participar ativamente dos destinos do mundo”.

Coordenador da oitava edição da Mostra e Chefe do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF, o professor Cezar Migliorin reitera: “uma Mostra de Cinema e Direitos Humanos traz a possibilidade de estarmos recolocando constantemente a necessidade de pensarmos e praticarmos o que são os direitos universais das mulheres e homens do planeta. O cinema traz as perguntas e práticas dos direitos humanos para o cotidiano, para as narrativas e histórias de vida que frequentemente seguem à margem das grandes mídias ou das narrativas dominantes. É forte em denunciar as cenas em que os direitos são perversamente divididos em constantes processos de exclusão, mas é ele também que tem a possibilidade de antecipar as cenas do direito de todos, inventando formas de vida que ainda nem sabemos possíveis”.

– Mostra Competitiva de longas, médias e curtas

Mais de 150 inscrições. Pelo crivo da curadoria da Mostra Competitiva, formada pelo cineasta e curador das edições anteriores, Francisco Cesar Filho, além de um coletivo de estudantes da UFF, passaram 24 filmes de diferentes países da América do Sul, sendo 13 longas, 07 médias e 04 curtas. Os filmes selecionados abordam livre e criativamente diversos temas relacionados aos Direitos Humanos, como inclusão das pessoas com deficiência, diversidade sexual, direito à memória e à verdade, população de rua, preconceito racial, direito ao trabalho digno, entre outros, sempre primando pela qualidade cinematográfica. Com um foco em comum: o fortalecimento da educação e a da cultura em Direitos Humanos, o respeito às diversidades, o exercício da cidadania, o compartilhamento da responsabilidade social e o agenciamento coletivo de forças afirmativas da dignidade humana. Unindo originalidade estética e apuro técnico, a Mostra conduz assim o debate crítico, político e transversal que o tema enseja.

– Mostra Homenagem – Vladimir Carvalho

Nascido em Itabaiana, na Paraíba, e radicado em Brasília, Vladimir Carvalho fez do cinema uma forma de pensar e intervir no mundo. Nos últimos 50 anos, dirigiu filmes sempre implicados com os destinos do país e de seu povo. Como poucos, Vladimir fez do documentário um ato político e frequentemente poético. Nesta homenagem, cinco de seus mais de 20 filmes serão apresentados: Conterrâneos Velhos de Guerra (1991); Brasília Segundo Feldman (1979); O País de São Saruê (1971); Barra 68 – Sem Perder a Ternura (2001); O Evangelho Segundo Teotônio (1984).

– Mostra Cinema Indígena

Nos últimos anos, a produção imagética realizada por cineastas indígenas cresceu no país, marcada por abordagens estéticas e políticas. O cinema desses realizadores contribui para o fortalecimento das lutas pelos Direitos Humanos dos indígenas. Os quatro filmes escolhidos pela curadoria para a 8ª MCDH na América do Sul são exemplares contundentes da renovação de sua luta política a partir da apropriação da tecnologia por diversas etnias que constituem os povos indígenas no Brasil.

Além dos filmes constituintes de cada categoria, serão exibidos títulos convidados, compondo o Programa Especial, como é o caso do documentário produzido pela SDH – Paredes invisíveis: Hanseníase Região Norte – e dos filmes produzidos pela ONU: Os Descendentes do Jaguar, Transformer: AK, Colombia: Wayuu “Gold” e Argentina: Dreaming of a Clean River.

Com patrocínio da OEI, a Mostra também deixa como legado processual o projeto Inventar com a Diferença, que tem como proposta a capacitação e acompanhamento de educadores de escolas públicas em todas as capitais do país para desenvolvimento de trabalhos audiovisuais em torno da temática dos direitos humanos. A ação paralela, que continua a se desenrolar mesmo após à Mostra, traz em si uma pergunta norteadora: como é possível produzir uma imagem que está à altura estética da experiência de vida das pessoas? Assim, a partir da potência do cinema, propõe exercícios que deslocam o olhar das crianças em direção ao outro, no esforço de inscrever sons e imagens que exprimam formas singulares de estar no mundo. O trabalho realizado nas escolas culminará com a apresentação dos vídeos na 9ª edição da Mostra, revelando um ciclo de continuidade entre as salas de cinema e de aula, a experiência pedagógica, a fruição da arte e a construção identitária.

SERVIÇO:

8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Local: 26 capitais, Distrito Federal e mais de 600 espaços fora dos grandes centros.

Data em Boa Vista: de 2 a 7 de dezembro de 2013

Entrada Franca

Classificação: Consultar programação no local.

Acesso para pessoas com deficiência

Programação completa: www.sdh.gov.br/mostracinemaedireitoshumanos

Maiores informações com a Assessoria de Imprensa da 8ª MCDH da América do Sul: Neuraci Lima – (95) 9146-9385 // 8127-4260 – neuracis@gmail.com

 

PROGRAMAÇÃO

 Boa Vista (RR) de 02 a 07 de dezembro

Cine SESC Abrahim Jorge Fraxe

R. João Barbosa, 143 A | B – Mecejana

(95) 3621.3939

 02 de Dezembro

19h ABERTURA

A onda traz, o vento leva (28’) – Uma história de amor e fúria (75’)

 03 de Dezembro

14h – Codinome Beija-Flor (16’) – Repare bem (95’)

16h – O prisioneiro (24’) – Ilegal.co (70’)

18h – Kene Yuxi, as voltas do Kene (48’)

20h – Conterrâneos velhos de guerra (153’)

 04 de Dezembro

14h – Barra 68 – Sem perder a ternura (82’)

16h – Maio, nosso maio (12’) – Insurgentes (83’)

18h – Carga viva (18’) – A cidade é uma só (73’)

20h – Bicicletas de Nhanderu (48’) – PI’ÕNHITSI – Mulheres xavantes sem nome (54’)

 05 de Dezembro

14h – Caixa d´água: Qui-lombo é esse? (25’) – Doméstica (75’)

15h30 – As hipermulheres (80’)

17h – Brasília segundo Feldman (22’) – O país de São Saruê (80’)

20h – Transformer AK-47s into gruitars (5’) – Colombia: Wayuu “Gold” (9’) – Argentina: Dreaming of a clean river (6’) – Los descendientes del jaguar (29’) – Paredes invisíveis: Hanseníase região Norte (37’)

 06 de Dezembro

14h – Malunguinho (15’) – Paralelo 10 (87’)

16h – Silêncio (12’) – Sibila (95’)

18h – Leve-me pra sair (19’) – Kátia (74’)

20h – Quando a casa é a rua (35’) -Em busca de um lugar comum (80’)

 07 de Dezembro

14h – Caíto (70’)

16h – Os dias com ele (107’)

18h – O evangelho segundo Teotônio (85’)

20h – Acalanto (23’) – As Iracemas (84’)